14 de dez. de 2011

Elizabeth Short - Dália Negra

 
Talvez Elizabeth Short seja lembrada e conhecida somente pelas brutais características que envolvem seu assassinato. Mais de meio século depois, muito teorias e especulações surgiram, muitas vezes, de forma inconsistente e sensacionalista. O caso continua sem solução, deixando perguntas sem resposta: Quem teria praticado um ato tão brutal contra uma jovem moça? Por que uma ação tão violenta?


Elizabeth Short nasceu em 22 de julho de 1924, em Hyde Park, Boston, Massachusetts. Seus pais eram Mae Phoebe Sawyer e Cleo Short. O casal Short tinha 5 filhas: Virgínia Short, Dorothea Short, Elizabeth Short, Eleonora Short, Muriel Short. Com diferença de aproximadamente dois anos de idade entre uma e outra. Em 1926 a família mudou-se para Medford, onde Cleo abriu um imponente negócio referente a campos de golfe. Tudo decorreu bem até a crise de 29, quando o negócio da família faliu. Desesperado, Cleo desapareceu em outubro de 1930. Seu carro foi deixado sobre uma ponte, dando a impressão de suicídio. Mas tarde ele entraria em contato com Phoebe, confirmando que estava vivo e pedindo desculpa. Phoebe não aceitou o perdão.

Elizabeth Short
  
Dorothea Short


Virgínia Short
Muriel Short
Eleonora Short


Depois do abandono de Cleo, Phoebe se mudou com as filhas para um apartamento ao norte de Medford. Conseguiu um emprego como contadora e mais tarde balconista em uma padaria, mas grande parte do dinheiro, para sustento de sua família vinha da assistência pública.
Elizabeth cresceu. Tornou-se uma jovem bonita: Sua pele clara fazia contraste com os cabelos negros e cacheados, também era dona de um belo corpo. Devido a problemas respiratórios, havia a necessidade de passar os invernos na Flórida e sua vida seguiu assim durante três anos, entre Medford e Flórida.

Tempos depois, com 19 anos, Short foi morar com o pai na cidade de Vallejo, Califórnia. Mais adiante, em janeiro 1943, os dois se mudaram para Los Angeles, após brigas familiares, Elizabeth decidiu mudar-se sozinha, ainda em janeiro de 1943 ela seguiu para Camp Cooke, também na Califórnia, onde trabalhou no Camp Cooke Post Exchange. Elizabeth morou em várias cidades da região incluindo Vallejo, Cabrillo West, Lompoc, e Casmalia.
Mais tarde, em 23 de setembro de 1943, Elizabeth veio a morar em Santa Bárbara. Foi presa em por beber com um menor de idade. Após liberada, foi enviada por autoridades de volta para Medford, para tempos depois ir novamente morar na Flórida novamente.
Elizabeth Short detida por beber com um menor de idade

Em março de 1944, Elizabeth morou na Georgia. Em abril estava seguindo de volta para Miami. Enquanto trabalhava em um hotel em Miami Beach, conheceu o tenente Josef Gordon Fickling. Os dois começaram um namoro, mas o tenente foi enviado para o front de combate, pois o mundo estava passando pela Segunda Guerra Mundial.

Josef Gordon Fickling
Short voltou para Medford para festividades da Ação de Graças, em dezembro voltou para Miami e fez amizade com Carmelita Devau, que trabalhava no hotel El Mar, onde, na véspera do ano novo de 1945, Elizabeth conheceu o Major Matthew Michael Gordon Jr, oficial da aeronáutica responsável pelo treinamento de tropas americanas aliadas a tropas asiáticas na segunda Guerra. Gordon estava com viagem marcada para a Ásia, para lutar na guerra. Beth e Gordon mantiveram contato por meio de cartas.
Matt Gordon

Após sofrer um acidente, Gordon escreveu para Elizabeth. Ele estava na Índia se recuperando dos ferimentos. Na carta, ele pedia Elizabeth em casamento, mas a cerimônia não chegou a ser realizada, pois Gordon morreu antes de retornar para a América. Um telegrama anunciando a morte de Matt chegou às mãos de Beth em agosto de 1945. Talvez devido ao trauma, Elizabeth inventou a história de que ela e (Matt) Gordon casaram-se e tiveram um filho, mas que este morrera.

Em dezembro de 1946, Elizabeth Short passou a residir na casa de uma amiga, Dorothy, que era francesa. Elas se conheceram em um teatro. Nessa época Elizabeth conheceu Robert "Red" Manley, um vendedor da LA. Ele era casado e sua esposa estava grávida, mas isso não impediu que os dois se enamorassem.

Elizabeth passou os últimos anos de vida morando em hotéis, pensões e casas de amigos, muitas vezes era posta para fora destas últimas por causa de seu estilo de vida. Tinha uma intensa queda por homens militares e morou um período em Hollywood, a fim de tentar uma carreira no cinema. O que nunca conseguiu. Em 9 de janeiro de 1947, aos 22 anos de idade, Elizabeth Short desapareceu.

Crime.

O corpo de Elizabeth Short foi encontrado às 07h45min do dia 15 de Janeiro de 1947. Betty Bersinger, uma dona de casa passava com sua filha de três anos. A menina notou algo jogado no mato e chamou a atenção da mãe. Bersinger pensou tratar-se de um manequim quebrado, mas depois de uma breve avaliação notou que na realidade se tratava de um cadáver. Foi até uma casa próxima e telefonou a polícia.
Betty Bersinger
O chamado foi atendido pelos agentes Frank Perkins e Fitzgerald Will, eles rapidamente chegaram ao local e averiguaram o cadáver. 

A posição do corpo também chamou a atenção: os braços de Short estavam levantados sobre a cabeça, as pernas estavam um pouco adiante, extremamente abertas. Havias vestígio de hena em seus cabelos (não confirmado) e grama em sua vagina. Após as primeiras averiguações, Perkins e Will decidiram chamar o LPDA.
Fotos do local onde o corpo foi encontrado
Fotos do corpo de Elizabeth Short

O Departamento de polícia do estado de Los Angeles (LAPD) foi inteirado no caso. O capitão John Donahoe designou os investigadores Harry Hansen e seu parceiro, Finis Brown para trabalharem no caso.

O corpo estava em um terreno baldio a poucos metros da calçada, do lado oeste da Avenida Norton Sul entre o Coliseum Street e a West 39th Street. Quando Hansen e Brown chegaram ao local indicado, havia uma grande movimentação de repórteres e curiosos. Estes não tiveram cuidado em preservar a cena do crime e haviam pisado próximo ao corpo, destruindo provas importantes. Os dois companheiros afastaram todos do local e tentaram trabalhar com o que não havia sido destruído. 

Finis Brow
Harry Hansei

O cadáver da mulher, até então não identificada, foi levado ao necrotério. Foram tiradas impressões digitais para que a moça fosse reconhecida. Com a ajuda do editor-chefe adjunto do Los Angeles Examiner (em troca de informações), as cópias foram enviadas para o FBI em Washington, onde o copo foi identificado como sendo de Elizabeth Short.

A autópsia indicou que Short tinha 1,65 metros, 52 quilos. A morte foi em decorrência de hemorragia resultante das lacerações e inúmeras lesões no crânio, embora este não estivesse fraturado. O Corpo de Short foi vilipendiado não na tentativa de ocultação, mas sim em uma demonstração de sadismo ou auto-afirmação do assassino, apresentando inúmeras lesões desnecessárias e possíveis sinais de tortura. Não havia fluido seminal no corpo e maior parte dos ferimentos parece ter sido feito post-mortem. O legista também observou que o conteúdo do seu estômago continha vestígios de fezes humanas. O Dr. Frederick D Newbarr, legista responsável pela autópsia, afirmou que Short foi assassinada entre os dias 14 e 15 de janeiro.




Corpo de Elizabeth Short no necrotério

Investigação.
Inúmeras pessoas afirmaram que viram Elizabeth entre o dia 9 e 15 de janeiro, mas investigadores descartaram tais depoimentos, afirmando que muita das vezes as pessoas confundiram outras mulheres com Short. Algumas dessas pessoas que afirmaram ter visto Short se quer a conhecia. A polícia decidiu que o melhor caminho para elucidar o caso seria interrogar pessoas próximas a Short. Uma quantidade incontável de pessoas foram interrogadas e riscadas uma a uma da lista de suspeitos.

O assassino entrou em contato com a mídia no dia 23 de janeiro, confessando a autoria do homicídio: “Vou me entregar, mas primeiro quero que a polícia me procure mais um pouco!”, também informou que enviaria objetos pessoais de Short pelo correio. No dia seguinte, um pacote chegou ao prédio do Los Angeles Examiner contendo fotografias, cartões de visitas e um caderno com mais de 70 nomes de admiradores de Short. Esses admiradores foram investigados sistematicamente. Havia o nome de Mark Hansen em destaque na capa, ele se tornou, assim, um dos principais suspeitos. 

Uma das cartas enviadas pelo assassino


No 25 de janeiro, peritos encontraram em uma lata de lixo, próximo ao local do crime, a bolsa de couro e um par de sapatos pertencentes a Elizabeth Short.
Inúmeras cartas anônimas do suposto assassino foram enviadas para os jornais de Los Angeles. O assassino se autodenominava “O vingador da Dália negra.
Os policiais começaram a averiguar as pessoas cujos nomes estavam escritos na agenda telefônica de Short, mas não chegaram a uma conclusão. Nesse período, a policia de Los Angeles enfrentava outro problema: A quantidade de falsos assassinos, que confessavam o crime na tentativa de uma autopromoção, em busca de fama ou por pura insanidade. Mais de 50 pessoas, homens e mulheres, confessaram ter matado Elizabeth Short. Porém não havia nenhuma prova que as incriminassem, ou os testemunhos eram imensamente vagos. Muitos informavam apenas aquilo que os jornais publicaram.
O primeiro suspeito a ser preso oficialmente foi Robert Manley, ele foi a ultima pessoa a ver Beth viva. Robert afirmou primeiramente que não conhecia Elizabeth pessoalmente, mas tarde, mudou seu depoimentos, afirmando que se aproximou sim de Elizabeth, mas que a viu pela ultima vez no saguão de um hotel. Ele foi liberado após passar pelo teste do detector de mentiras.

Mídia.

O apelido Dália Negra é de origem incerta. O mais aceito é que tenha sido dado pela mídia após a morte da moça, pois em vida Short era chamada pelos amigos de Beth.  O apelido faz alusão ao filme Dália Azul, um Noir estreado por Verônica Lake em 1946, fazendo um trocadilho com o fato de Short dar preferência por vestidos de cor preta. Outra possibilidade é de que o apelido tenha sido dado por amigos, durante o tempo em que Short estava em Hollywood, também fazendo alusão ao filme.

A mídia enxergou no caso uma boa oportunidade de vender jornais, isso de certa forma atrapalhou as investigações além de gerar inúmeros rumores, muitas vezes inconsistentes, que foram levantados sobre a vida de Short. Surgiram especulações de que Short havia se tornado uma prostituta, mas nada disso foi comprovado. O que realmente aconteceu é que Short passou por alguns relacionamentos incertos, mas nada envolvendo dinheiro como acontece em casos de prostituição. As afirmações de que Short bebia, fumava ou usava drogas também foram negadas pelas pessoas mais próximas, a afirmação de que ela tinha um órgão genital infantil também foi desmentida. Outro rumor sensacionalista da época é de que Short estava tendo alguns relacionamentos homossexuais, isso também não foi comprovado. Grande parte das especulações que envolveram o caso foi criada a partir de analise dos objetos de Short e de más interpretações de depoimentos. 

Tempos depois do caso, um repórter do Los Angeles Daily News, Gerry Ramlow, afirmou: "Se o crime nunca foi resolvido foi por culpa dos repórteres... Eles botaram tudo a perder, atropelando evidências e ocultando informações". Os repórteres transitavam livremente pelos gabinetes e delegacias de policia atendendo ligações importantes, grande parte dessas ligações não foram passadas para a polícia. A polícia não tomou controle da situação desde o inicio, isto atrapalhou ainda mais o caso.

Principais suspeitos.
Devido a condição do corpo, a polícia tinha suspeitas que o assassino tivesse formação em medicina. 

Robert “Red” Manley – Manley foi a ultima pessoa a ver Short viva, tornando-se assim o principal suspeito no caso. Ele tinha histórico de transtornos mentais. Foi liderado após passar por um teste de Polígrafo e apresentar um álibi consistente. Em 1958 ele foi internado em um hospital psiquiátrico, após afirmar que estava ouvindo vozes. 

Mark Hansen - Mark Hansen era dono da boate Florentine Gardem, onde Elizabeth se “hospedou” por um tempo, tornou-se o suspeito após o assassino ter enviado o pacote com objetos de Short para os jornais. Na caderneta com nomes, o nome Hansen estava em destaque na capa. Na verdade, o caderno pertencia a Hansen, que não chegou a usá-lo, dando-o para Elizabeth.

O Assassino do torso de Cleveland – Na época do crime, muitos, incluindo alguns policiais de Los Angeles, associaram o crime de Elizabeth Short com os crimes ocorridos em Cleveland, Ohio, no fim da década de trinta. Essas suspeitas devem à semelhança entre a assinatura do assassino em série, e os cortes provocados no corpo de Elizabeth Short. O principal suspeito de ser o assassino, Jack Anderson Wilson morreu em um incêndio misterioso, em 1982. Muitos acreditam que ele foi o verdadeiro culpado do caso Black Dahlia.

Assassino do batom – Antes do crime contra Short, outro crime chocou Los Angeles: a morte e desmembramento de uma menina de seis anos, o assassino ficou conhecido como assassino do batom por deixar bilhetes escritos a batom. Havia semelhanças entre os bilhetes do assassino do batom e os bilhetes enviados pelo assassino de Short, alem do fato do corpo de Short ter sido deixado em um local próximo ao Degnan Boulevard, sendo Degnan o nome da vítima do assassino do batom. Autores de livros que abordam o caso Short, como Steve Hodel e William Rasmussen defendem que os crimes podem ter ligação. O capitão da LADP, Capitão Donahoe também defendeu a hipótese. William Heirens, acusado de ser o assassino do batom cumpre pena até hoje.

Cleo Short – Até mesmo o pai de Elizabeth, o Sr. Cleo Short foi incluído na lista de suspeitos. Em 1944 ele enviou dinheiro para a filha, para que ela pudesse morar com ela na Califórnia. Elizabeth aceitou morar junto ao pai, mas devido a circunstancias relacionadas ao comportamento de Beth, pai e filha brigaram, e ela foi para o Camp Cooke, onde consegui trabalho. Lá, devido sua beleza, era chamada de “Cutie Camp”.

George Hondel – Hondel foi acusado de molestar sua filha de 14 anos em outubro de 1949, Por ser médico especializado em doenças sexualmente transmissíveis, foi incluído na lista de suspeitos do caso de Elizabeth Short. Foi posto sob vigilância, o que incluía até câmeras escondidas em sua casa. Até hoje muitos acreditam que ele era o culpado.

Leslei Dillon – Leslei Dillon era um aspirante a escritor que trabalhava em um hotel. Ele conhecia Elizabeth Short e após ler sobre o assassinato nos jornais, entrou em contato com a polícia, informando que um tal de Jeff Connors poderia ser o assassino. Resultado: Dillon foi preso sob suspeita de ser o assassino. Foi levado por policiais até um hotel, lá ficou até confessar tudo, sem direito a advogado. Os policiais suspeitavam que Dillon inventou Connors para encobrir sua responsabilidade pelo crime. Leslei só conseguiu ser liberado após jogar um bilhetinho pela janela informando sua situação. Um morador da área apanhou o papel e informou à polícia a situação de Dillon. O episódio resultou em um vexame e pagamento de indenização a Dillon, uma vez que Connors realmente existia. A partir daí, começou-se uma intensa investigação sobre a possibilidade da ligação entre o crime e a corrupção policial.
George Knowlton- George Knowlton foi denunciado pela própria filha, Janice, de ser o assassino de Short. Em seu livro, Janice afirma que testemunhou o assassinato da Dália negra. Segundo ela, o pai teve um relacionamento com Short. Elizabeth ficou encarcerada na garagem da casa de Knowlton, lá sofreu um aborto e foi assassinada. O detetive John P. St. John afirmou que não encontrou nenhuma evidencia que ligasse George ao crime: “Existe um monte de pessoas culpando seus próprios pais pelo assassinato, mas nada foi comprovado”, disse. No entanto, o departamento de polícia de LA, acreditou que Janice estivesse certa e promoveu uma escavação em torno da antiga casa da família Knowlton. Não encontraram nada que ligasse George ao crime.

Patrick S. O'Reilly O’Reilly era um médico com um histórico de violência sexual nas costas. Ela havia cumprido pena por assalto a mão armada e por espancar sua secretária, quase até a morte, em um quarto de motel. O’Reilly era amigo próximo de Mark Hansen, dono da boate Florentine Gardem.

Até mesmo o diretor Orson Welles foi incluído na lista de suspeitos. Em 1999, Mary Pacios, uma antiga vizinha da família Short escreveu em seu livro, de uma forma um tanto conspiratória, que a cena dos espelhos no filme A dama de Xangai, protagonizado por Rita Hayworth e dirigido por Welles apresentava, continha manequins que apresentavam semelhanças com o cadáver de Short. Além de uma suposta correspondência enviada por Elizabeth a sua irmã, Virgínia. Nessa carta, Elizabeth afirmava que havia recebido um convite de Welles para um teste. Outro fato apontado por Pacios, era que Welles conhecia o local do crime.

Desfecho.
Em 1950 o caso foi fechado e considerado sem solução. Hoje, depois de décadas, muitos suspeitos foram aparecendo, mas nenhuma evidência forte foi encontrada contra eles. Inúmeros livros sobre o caso foram lançados, alguns traziam informações interessantes, outros apenas teorias estranhas, mas nada fundamentado. Em 2006, Brian de Palma dirigiu o filme The Black Dahlia, inspirado no romance de mesmo nome do escritor James Ellroy. Muitos afirmam que o filme faltou com a verdade, levando em consideração apenas publicações da época. A mídia teve um papel fundamental no caso: O papel de atrapalhar as investigações.

8 comentários:

  1. Karaka como um ser "humano", se é que pode se chamar de humano quem consegue fazer esse tipo de coisa. Sinistro...

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  2. O que mais nos impressiona é que crimes brutais como esse são comuns na nação considerada a mais racional e evoluída do mundo. E as vezes cometidos por pessoas acima de qualquer suspeita.

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  3. Como alguém teria a coragem de fazer algo tao horrível assim

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Que horror como alguém foi capaz de cometer tamanha crueldade..Misericórdia senhor

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