"Não faz sentido me manter viva. Esse mundo não significa nada para mim" - Aileen Carol Wuornos |
Aileen Carol Pittman nasceu em 29 de fevereiro de 1956, filha de Diane Wuornos, de 16 anos e de Leo Dale Pittman. Ela tinha um irmão mais velho, Keith, nascido em 1955. Alguns meses antes do nascimento de Aileen, seus pais se separaram. Ela nunca o conheceria, que se enforcou em uma penitenciaria, no Estado do Kansas, acusado de estuprar uma menina de 7 anos de idade em 1969. Em 1960, Diane Wuornos abandonou os dois filhos, deixando-os aos cuidados dos avós maternos: Lauri e Britta Wuornos, eles cuidaram das crianças como se fossem seus pais na cidade de Troy, Michigan.
Mugshot de Leo Dale Pittman, quando foi preso. |
Aos seis anos de idade, Aileen teve seu rosto queimado enquanto brincava com fluido de esqueiros junto com o irmão. Mas tarde, Aileen afirmaria que tivera uma relação incestuosa com Keith, o que não pode ser apurado.
Aileen Wuornos na infância |
Aillen com os avós |
Lauri Wuornos com sua neta |
Britta Wuornos |
Na idade de doze anos, descobriu que na verdade Lauri e Britta não eram seus pais, mas sim seus avós. Ela e o irmão se rebelaram. Aos 14 anos, Aileen engravidou e foi enviada para um instituição para mães solteiras. Ela teve um filho, que foi adotado assim que nasceu, em janeiro 1971. Alguns meses depois do nascimento da criança, em julho de 1971, Britta, a avó de Aileen morreu de insuficiência hepática. Diana ofereceu-se para cuidar dela e do irmão, mas eles se recusaram.
Outra foto de infância de Aileen |
Foto de infância de Keith Wuornos |
Aileen abandonou os estudos sua casa, tornou-se prostituta. Como não tinha lugar para ficar, dormia em carros abandonados. Entregou-se ao álcool e às drogas. Alguns anos depois, seu irmão Keith morreu de câncer na garganta e seu avó suicidou-se no mesmo ano. Ela decidiu tentar uma vida nova e mudou- se para a Flórida, onde casou-se com Lewis Fell, um homem bem mais velho que ela (76), porém o casamento acabou depois que Aileen arremessou um taco de bilhar na cabeça de um barman em Michigan. Ela foi presa.
Aileen Wuornos ao lado de Lewis Fell |
Depois de solta, Wuornos resolveu voltar para a Flórida onde envolveu-se em relacionamentos fracassados. Em maio de 1974 ela foi presa sob um pseudônimo de Sandra Kretsch, no estado do Colorado. Ela foi acusada de conduta desordeira, embriagues ao volante e disparo de arma de fogo, ao atirar com um calibre 22 enquanto dirigia.
Em maio de 1981, ela foi presa mais uma vez, dessa vez na Flórida, por ter assaltado à mão armada uma loja de conveniência e cumpriu pena de 13 meses, após ser solta, foi presa em 1984 por falsificar cheques. Em 1968 ela foi presa novamente, com o nome de Lori Grody, nome que adotou de uma tia. Ela foi acusada de assaltar um homem e exigir 200 dólares em Volusia, os policiai encontraram um revolver 22 em seu carro.
Algum tempo depois, Aileen encontraria Tyria Moore, que trabalhava como empregada em um motel, em um bar gay em Daytona, ela iniciaram um relacionamento. Aileen continuava a se prostituir, pois precisava se manter e manter sua namorada. Ela fazia ponto em paradas de caminhão e bares. Tempos depois, ela viria a se tornar uma assassina em série.
Tyria Moore |
Estrada para o inferno.
A primeira vítima de Aileen foi Richard Mallory, de 51 anos de idade. Ele desapareceu no dia 1 de dezembro de 1989. Seu cadáver foi encontrado onze dias depois enrolado em um tapete de borracha, em avançado estado de composição, por dois jovens que procuravam sucata. Mallory foi morto com três tiros de calibre 22. O corpo estava Entre a Interestadual 95 e a U.S. 1 Norte. Richard era dono de uma loja de reparo de eletrônicos, o Florida Clearwater. Ele era conhecido por fechar várias vezes a loja para desaparecer, em noitadas, bebedeiras e farras sexuais. Ele contratava empregados para descarregar o trabalho acumulado e depois despedia-os. Por desaparecer constantemente, ninguém desconfiou quando sua loja ficou fechada por algum tempo. As suspeitas do seu desaparecimento só aconteceram quando seu Cadillac foi encontrado, doze dias antes do corpo, em Ormond Beach.
Richard Mallory, a primeira vítima |
A suspeita inicial do caso de Mallory caiu sobre uma stripper que atendia pelo nome de Chastity. Ela disse ao namorado que tivera vários encontros com Mallory e que teria tirado sua vida. Quando os policias interrogaram Chastity, perceberam que sua confissão fora forjada e o caso foi arquivado.
Outro corpo não identificado foi encontrado próximo a Interestadual 75, no município de Brooks, Geórgia, próximo a divisa com o estado da Flórida. O cadáver tinha marca de dois projéteis.
O terceiro corpo foi achado na Estrada U.S. 19 em Citrus, Flórida, em 1 de junho de 1990 e foi identificado como David Spears, de 43 anos, de Sarasota. Ele desapareceu em 19 de maio do mesmo ano. Morreu em consequencia de 2 disparos com arma calibre 22. Speras era operador de máquinas e a ultima pessoa que o viu foi seu chefe. Spears havia dito a ele que ira fazer uma viagem para Orlando, mas não chegou a realiza-la.
David Spears |
Cadáver de David Spears |
Em 31 de maio de 1990, Charles Carskaddon, de 40 anos desapareceu. Seu corpo foi encontrado entre a estrada R.S. 52 e a Interestadual 75, no município de Pasco, em direção a Tampa, Flórida. Ele foi morto com nove tiros de revolver, calibre 32. Seu corpo estava em tão avançado estado de decomposição, que foi impossível de coletar impressões digitais e estimar o tempo de morte. Seu carro foi encontrado no município de Marion. Entre os itens que haviam sido roubados, estava uma arma calibre 45.
Em 4 de julho, Rhonda Bailey descansava na varanda de sua casa quando presenciou um acidente com um carro conduzido por duas mulheres dentro, uma ruiva e uma loura, que desceram do veículo rapidamente e atiraram latas de cerveja no meio do mato. Pediram a Bailey para não chamar a policia e seguiram caminhando. Hubert Hewett, um bombeiro da Orange Springs Volunteer Fire Department, atendeu um chamado sobre o acidente e foi ao local. Ele avistou as duas mulheres no caminho para o local do acidente e lhes ofereceu ajuda, elas recusaram e afirmaram não ter relação nenhuma com o acidente.
O veículo acidentado era um Pontiac Sunbird, ano 1988, de cor cinza, quatro portas. Bailey relatou a Hewett que viu quando o carro cinza bateu em um arbusto. Ela disse que duas mulheres estavam no veículo, e elas eram as mesmas que Hewett havia visto na estrada. O xerife local foi chamado e verificou que havia várias manchas de sangue no veículo, que estava sem placa, e conseguiu identificá-lo. Pertencia a Peter Siems, de 65 anos de idade. Ele desapareceu no dia 7 de junho do mesmo ano e seu corpo nunca foi encontrado.
Peter Siems |
A próxima vítima foi Tory Eugene Burress, de 50 anos. Ele desapareceu em 29 de julho de 1990, enquanto fazia um transporte de carga para a cidade de Gilchrist Sausage. Seu caminhão foi encontrado no município de Ocala, sem as chaves. Cinco dias depois uma família que ia para um pique nique encontrou o corpo na Floresta Nacional de Ocala, 11 quilômetros de onde foi achado o caminhão. O clima da floresta apressou a decomposição, o que impossibilitou a identificadão imediata. Ele só foi reconhecido, porque a esposa reconheceu sua aliança de casamento. Burress foi assassinado com dois tiros de calibre 22, um no peito e outro nas costas. A suspeita inicial de John Tilley, investigador responsável pelo caso foi que um andarilho conhecido como Curtis Michael Blankenship havia cometido o crime, mas não havia provas contra ele.
Tory Burress |
A próxima vítima foi Charles Richard Humphreys, de 56 anos. Ele trabalhava no Florida's Department of Health and Rehabilitative Services. Ele já havia trabalhado no departamento de polícia do Alabama e comemorou 35 anos de casamento em 10 de setembro de 1990. Desapareceu misteriosamente no dia seguinte e foi encontrado sem vida na noite do dia 12 do mesmo mês, na estrada Municipal 484, próximo a Interestadual 75, no município de Marion. Dick Humphereys foi baleado sete vezes. Seu carro foi localizado sete dias depois, no município de Suwanee.
Cerca de um mês depois, o cadáver nu, vestindo somente meias, de Walter Gino Antônio, de 62 anos, foi encontrado próximo a interseção das estradas U.S. 19 e U.S. 27, município de Dixie. Antônio já tinha trabalhado como caminhoneiro, Mas era no momento era policial. Suas roupas foram encontradas dias depois em uma área remota nas vizinhanças da cidade de Taylor. Seu anel de ouro, seu distintivo,algemas, cassetete e lanternas haviam sido roubados e seu veiculo foi achado cinco dias depois, em Brevard County. Walter foi baleado com uma arma calibre 22.
Walter Gino Antônio |
Alinhando os dados, Steve Binegar, comandante da divisão de investigação criminal do município de Marion e a força tarefa que trabalhava no caso observaram que as vítimas eram todos homens de meia-idade e foram mortos nas mesmas circunstâncias. Forças policiais de todas as áreas envolvidas na série de homicídios se reuniram e formularão uma teoria para os casos. Diante da exploração da mídia em cima dos casos, ninguém mais se arriscava a dar caronas a desconhecidos.
Investigação.
Checando as ocorrências anteriores, revistaram o caso do dia 4 de julho, quando Hewett atendeu o chamado de Rhonda. Um retrato falado das suspeitas foi feito e a imprenssa ajudou a divulga-lo. Um homem em Homosassa Springs informou à policia que havia alugado o trailer dele para as suspeitas e seus nomes eram Tyria Moore e a outra foi identificada somente como Lee. Uma mulher de Tampa reconheceu as mulheres como sendo as que ela empregou em seu motel, no sul de Ocala. Chamavam-se, segundo ela Tyria Moore e Susan Blahovec. Um telefonema anonimo identificou-as como Tyria Moore e Lee Blahovec e afirmou que ambas eram prostitutas lésbicas.
A polícia checou documentos, licenças de motoristas e recibos de lojas de penhores que estavam nos locais dos crimes. Conseguiram um recibo assinado por Cammie Greene, junto com uma impressão digital, em uma loja em Daytona, onde a câmera e um radar de Mallory foram penhorados. Em Ormand Beach, encontraram uma mala de ferramentas pertencente a Spears e em Volusia, a dupla penhorou o anel de Walter Gino.
O sistema de identificação não identificou a dona da digital, os policiais se deslocaram para Volusia, onde por um trabalho manual, identificaram a dona da digital como sendo Lori Grody.
Todas as informações foram enviadas para o Centro de Informação Criminal. Lori Grody, Suzan Blahovec e Cammie Marsh Greene eram a mesma pessoa: Aileen Wuornos.
A caçada.
Em 5 de janeiro de 1991, a polícia federal americana iniciou a procura e caça à assassina em série. Para isso, usou de policiais disfarçados de traficantes. Aileen foi presa em um quarto de hotel onde dormia com policiais disfarçados. Um mandado com o nome de Lori Grody foi utilizado para prende-la.
A policia ouviu Tyria, que afirmou saber dos crimes desde que Aileen chegou na sua casa com o Cadillac roubado de Richard Mallory. Tyria disse que queria saber o mínimo possível sobre os crimes, pois não queria entregar a amante, além de não querer se comprometer com a justiça. A polícia planejou usar Tyria para obter uma confissão de Aileen, para isso ela teria que ligar para Aileen na cadeia, dizendo que também estava sendo acusada dos crimes. Aileen confessaria tudo e a conversa seria grampeada. Mas Aileen sabia que a polícia poderia está grampeando as ligações e sempre dizia está presa devido ao porte ilegal de armas.
O tempo foi passando, e Aileen foi ficando cada vez mais descuidada, até que em uma ligação ela disse à namorada: "Escute, se tiver que confessar, eu o farei!"
Em 16 de janeiro de 1991, Aileen confessou os assassinatos depois de confrontadas com as provas do crimes, ela afirmou também que Moore era inocente. Ela afirmou que os crimes foram cometidos por legitima defesa, pois ela havia sido estuprada e matara os homens quando eles ficavam agressivos.
A mídia divulgou massivamente os crimes e a vida de Aileen. Surgiram boatos de que ela atenderam mais de 100 mil clientes. O que não era verdade. Sua namorada também deu entrevistas descrevendo o relacionamento das duas. Aileen também contou sobre sua vida.
Julgamento.
Aileen Wuornos foi a julgamento pelo homicidio de Richard Mallory em janeiro de 1992. Entre as testemunhas de acusação, estava Arthur Botting, médico que autopsiou Mallory. Ele afirmou que Richard agonizou por horas antes de morrer. As evidências e testemunhas de acusação pesaram muito. doze homens afirmaram ter se encontrado com Wuornos e, se o único assassinato atribuído a Aileen fosse o de Mallory, o juri provavelmente acreditaria que ela havia matado por legítima defesa. Mallory já havia sido preso por dez anos, acusado de estupro violento.
Aileen Wuornos no tribunal |
Aileen se mostrava muito confiante, alegava merecer morrer por tirar tantas vidas e acusou Mallory de a ter sodomizado. A acusação demostrou que a história era mentira e Aileen fez um escândalo. Não havia nenhuma testemunha de defesa, até mesmo Tyria Moore depôs contra ela, afirmando que ela não demostrava remorso depois dos crimes. Os únicos que depuseram a favor de Aileen foram médicos, que afirmaram que Wuornos era mentalmente doente. Nada adiantou, o juri a considerou culpada. Aileen começou a xingar a todos. No dia seguinte ela foi condenada a pena de morte na cadeira elétrica.
Aileen Wuornos na cadeia. |
Mais tarde, ela foi condenada pelos assassinatos de Humphreys, Burress e Spears, a mais três sentenças de mortes. Mais tarde declarou-se culpada dos assassinatos de Alter Gino Antonio e Carskaddon, recebendo mais duas penas de morte.
O fim.
O caso de Wuornos é cercado de controversa. Muitos acreditam que ela realmente matou em legítima defesa. Muitas prostitutas afirmam que não é incomum estupro conta mulheres que fazem programas, mesmo o sexo sendo o produto dessa profissão. A casa de Aileen foi vandalizada, os arquivos do caso desapareceram, o advogado que contestou o primeiro julgamento recebeu ameaças de morte, essas e muitas circunstâncias fazem as pessoas duvidarem da culpa de Wuornos.
Na manhã de 9 de outubro de 2002, uma injeção letal foi aplicada no braço de Aileen Carol Wuornos. Ela parou de se mexer e foi declarada morta às 9h47, com 46 anos de idade. Ela afirmou que estaria viajando com Jesus e que um dia voltaria em uma nave mãe.
O caso de Aileen Wuornos inspirou um filme sobre sua vida, gravado em 2003: Monster, desejo assassino é estrelado por Charlize Theron e Christina Ricci.
Cartaz do filme Monster, que conta a história de Aileen |
Fontes:
Casoy, Ilana - Serial killer, louco ou cruel?, Edouro.
http://www.trutv.com/library/crime/serial_killers/index.html
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