17 de jan. de 2012

Mary Bell - Criança assassina.




"Eu sei que ele está morto. Queria vê-lo no caixão" - Mary Flora Bell.



Mary Flora Bell nasceu em 26 de maio de 1957, em Newcastle Upon Tyne, Scotswood, Inglaterra. Ela era filha ilegitima de Betty Bell, uma prostituta de 17 anos de idade e mentalmente perturbada. Mary e seus irmãos tratavam o padrasto, Billy Bell, como tio, pois assim a mãe dela receberia auxílio do governo.


Durante a infância, Mary era constantemente humilhada pela mãe, devido ao fato de urinar na cama. Betty esfregava o rosto da filha na urina e pendurava o colchão molhado do lado de fora, para todos verem. Mary também havia sido levada para uma agencia de adoção, em 1960, porém não conseguiu que a filha fosse adotada. Nas inúmera tentativas de se livra de Mary, Betty entupiu a menina de remédios; em uma ocasião, Betty foi levada ao hospital e precisou fazer lavagem no estomago. Aos três anos de idade, Mary e seu irmão comeram remédios misturados com doces.

Mas talvez o que mais perturbava a menina era quando sua mãe à obrigava a manter relações com seus homens adultos. E não rara as vezes, Mary era forçada a participar de jogos sexuais com os clientes da mãe. Muitas vezes Betty obrigava a filha a se despir e fazer sexo oral em vários de seus clientes.

Mary desenvolveu seu passatempo favorito: Maltratar de animais, em especial, de cães e gatos.

Mary e Norma Bell.

Norma Bell.

Em 11 de maio de 1968, Betty era amiga de Norma Joyce Bell (apesar do nome, Mary e Norma eram só amigas, não havendo parentesco entre elas) de 13 anos. As duas brincavam com um primo de Mary, de 3 anos, em um abrigo em desuso. A criança aparantemente caiu e machucou a cabeça.


No dia seguinte, três meninas de seis anos brincavam quando foram surpreendidas por Mary e Norma. Mary aproximou-se de uma delas e apertou seu pescoço com força. Norman deixou Mary e fugiu. A polícia foi chamada. Em 15 de maio, policiais conversaram com Mary e Norma.

Martin George Brown, primeira vítima fatal.

Martin George Brown, 4 anos.

Em 25 de maio, dois meninos procuravam pedaços de madeira em uma casa em ruínas, quando se depararam com um cadáver de um menino louro. O menino era Martin George Brown, 4. Ele estava deitado próximo a uma janela, com sangue e saliva escorrendo pelo rosto. Eles alertaram a operários de uma construção, perto dali. Um dos operários tentou reanimar a criança, mas o menino já estava morto. Um dos rapazes percebeu quando Mary e Norma se dirigiam para o interior da casa. Na verdade, a intenção de Mary era mostrar à amiga seu "trabalho". Quando elas passaram por entre as tábuas que cercavam a porta, eles as fizeram ir embora.

As duas então decidiram comunicar sobre o fato à tia de Martin. Elas disseram à mulher que uma criança havia sofrido um acidente fatal, e que acreditavam que Martin havia morrido.

Outra foto de Martin Brown.

A policia chegou ao local. Martin tinha sofrido várias lesões na cabeça e não havia sinais de violência. A policia acreditou que a causa da morte foi acidente e o caso permaneceu em aberto. A população exigiu das autoridades que se tomasse medidas para o caso do perigo que eram os prédios abandonados.

Prédio onde o corpo de Martin foi encontrado.

No dia 30 de maio, Mary chamou na casa dos Browns, June Brown, mãe de Martin a atendeu. Mary disse querer ver Martin, June respondeu que Martin estava morto, ao que Mary respondeu: " Eu sei que ele está morto. Queria vê-lo no caixão." June fechou a porta rapidamente. O comportamento de Mary Bell perante a morte de Martin era estranho, mas ninguém liou isso à morte misteriosa de Martin.

No dia 26 de maio, aniversário de Mary, ela resolveu comemorara apertando o pescoço da irmã de Norma, mas foi impedida pelo pai desta.

"Foda-se, nós matamos, cuidado, Fanny e Faggot."


No dia 27, segunda-feira, pela manhã, professores de uma creche no final de Whitehouse Road a encontraram vandalizada. O material letivo estava jogados, produtos de limpeza foram espalhados pelo chão e haviam bilhetes com mensagens grosseiras e confissões de assassinatos:

Um dos recados encontrados no chão da creche.

"I murder so THAT I may come back"
"fuch of we murder watch out Fanny and Faggot"
"we did murder Martain brown Fuck of you Bastard"
"You are micey Becurse we murdered Martain Go Brown you Bete Look out THERE are Murders about By FANNYAND and auld Faggot you Srcews"

"Eu mato PARA que possa voltar"
"Foda-se, nós matamos, cuidado, Fanny e Faggot."
"NÓS matamos Martain Brow, foda-se seu bastardo"
"Vocês estão ferrados, nós matamos Martain Brown, você, Bete, procure por aí, HÁ Assassinos por FANNYE Faggot, seus idiotas." (sic)

A polícia coletou as notas ameaçadoras. Mais tarde, Mary e Norma assumiriam que elas vandalizaram a creche. Depois do episódio, a escola instalou um sistema de alarme.

Segunda vítima: Brian Howe.

Brian Howe, 3 anos.

No dia 31 de julho, Pat Howe procurava seu irmão, Brian, 3, quando Mary perguntou: "Você está procurando Brian?" e ofereceu-se para ajudar nas buscas. Mary, Pat e Norman seguiram para um terreno baldio, chio de blocos de concreto, pois Bell disse que o menino poderia está brincando ali. O corpo de Brian foi encontrado às 23:10. Mary Bell conduziu Pat até ali para ver qual seria sua reação.

O cadáver do menino estava coberto de grama. ele havia sido estrangulado, haviam cortes em suas pernas e uma perfuração no abdômen. Uma tesoura foi encontrada próximo ao local do crime.

Começam as investigações.

Mary Flora Bell.


No verão de 1968, a polícia começou a interrogar os moradores de Scots Wood, principalmente crianças. No total, mais de 1200 crianças foram ouvidas. O primeiro ponto da polícia foi o depoimento de Norma Bell. Ela disse ter estado presente quando Brian foi morto, e disse que um menino matou o garoto. Mary também disse que no dia do crime, ela viu um menino agredindo Brian aparentemente sem motivo. Ela também alegou que viu o menino brincando com uma tesoura quebrada. Tinha ficado claro que as duas meninas haviam visto Brian sendo assassinado. Antes do enterro de Brian, policiais interrogaram novamente Norma. Dessa vez ela entregou Mary, dizendo que ela havia matado Brian e que levou ela e Pat para o local do crime.


Mary e Norma foram presas no mesmo 7 de agosto, durante a noite.

Mary era uma menina extremamente inteligente. Divertia-se esquivando das perguntas dos policiais. Um psiquiatra a descreveria como inteligente, manipuladora e perigosa e exibia clássicos sintomas de psicopatologia. Mary afirmou o desejo de ser enfermeira para "poder furar pessoas, pois gostava de machucar pessoas".

Juiz Cusack e Promotor Rudolf Lyon.

Mary e Norma foram a julgamento pelas mortes de Brian Howe e Martin George Brown no dia 5 de agosto de 1968. O julgamento duraria dias. O promotor de acusação Rudolph Lyons comentou sobre o comportamento mórbido de Bell de caçoar da dor dos familiares das v´itimas. Citou também sobre o conhecimento de Bell sobre o estrangulamento de Brian, pois não foi publicamente comentado a causa da morte do menino.

Um jornal da época dos crimes.
Peritos encontraram fibras de lã cinza nos corpos de Brian e de Martin, elas eram compatíveis com uma blusa de lã pertencente a Mary. Fibras marrons de uma saia de Norma foram encontradas em um dos sapatos de Brian. Peritos em caligrafia também analizaram os bilhetes deixados na creche vandalizada. Eles confirmaram que Norma e Mary haviam escrito os recados. A promotoria culpou Mary de influenciar Norma nos atos ilícitos.

O veredicto saiu em 17 de dezembro de 1968: Norma Bell, inocente de todas as acusações; Mary Bell, culpada, condenada por assassinato em função de redução de responsabilidade. Mary Flora Bell foi enviada para a Red Bank Special Unit, uma clínica altamente segura, e de certa forma, confortável. Ela ficou sob os cuidados de James Dixon, que de certa forma, lhe servil como um pai. Ela também recebia visitas da mãe, Betty. Por se tornar masculinizada na aparência, Betty fez um comentário uma vez: "Jesus Cristo,o que ainda vais ser? Primeiro assassina, agora lésbica ?".

Mary aos 16 anos de idade.

Mary foi transferida, em 1973, para a prisão de Moor Court Open. Essa mudança provocou certos efeitos negativos. Em 1977, Mary Bell fugiu, perdeu a "virgindade" e foi recapturada alguns dias depois. Ela afirmou que tentou engravidar, e seu companheiro vendeu sua história para tablóides.

Bell, recapturada três dias após sua fuga.

Liberdade.

Jornal noticia a liberdade de Bell.
Mary Bell, depois de solta, aos 23 anos de idade.
 
Mary Bell foi libertada em 14 de maio de 1980. Ela segiui para Suffolk, onde arrumou emprego em uma creche, mas oficiais locais acharam o emprego inadequado. Mary então arrumou outro emprego como garçonete. Mary voltou a morar com sua mãe, e engravidou de um rapaz. Houve controversas sobre sua possibilidade de ter um filho, mas ela conseguiu o direito de cuidar da criança que nasceu em 1984. De certa forma, os anos de tratamento surtiram efeito. Mary tornou-se uma mãe amorosa com a filha.

Mary Bell, já adulta, em 1980.

Gritos no vazio.

Mary Bell solicitou o anonimato para ela e sua filha. Sua identidade foi mudada e seu local de moradia mantido em segredo. A "Ordem Mary Bell" lhe foi concedida em 21 de maio de 2003. Alguns anos antes, a jornalista Gitta Sareny escreveu um livro sobre a vida de Bell. Cries Unheard (gritos no vazio) levou muita gente a acredtar que Mary deveria deixar o anonimato. Acredita-se que o livro rendeu um bom dinheiro à Bell, e tanto esse dinheiro, quanto o anonimato causaram controvérsias, principalmente entre os familiáres de Martin e Brian. Aos 51 anos de idade, Mary Bell virou avó. Hoje, seu nome e paradeiro são desconhecidos.


4 comentários:

  1. Depois dizem que crianças são inocentes... a maldade vem de dentro não só do convívio.

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    1. Você leu que a menina foi seviciada desde que nasceu? Como você consegue inferir que "a maldade vem de dentro" neste caso?

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    2. A garota foi abusada desde pequena,a mae,prostituta,obrigava a menin. Despir-se e fazer "oral" com seus clientes,ainda passava humilhaçoes por fazer xixi na cama e a mae a expos ao ridiculo,voce acha que isso nao influencia?

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  2. É o que eu falo: o mal existe. O mal somos muitas vezes nós, humanos, e por vezes se revela desde cedo. Por isso que eu falo que eu sou a favor da diminuição da maioridade penal, mas daí sou chamada de fascista. Outro caso emblemático na Inglaterra foi o assassinato de James Bulger.

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