Karl Denke nasceu em 10 de agosto de 1870, na cidade de Oberkunzendorf,
Niederschlesien (hoje Kalinowice Górne, Polônia), se mudando aos dez anos de
idade para a pequena cidade de Muensterberg (atual Ziebice, Polônia), na época
com aproximadamente 9 mil habitantes. Sua infância não foi muito fora do comum,
porém ele se apresentava como uma criança cabisbaixa e de comportamento
estranho. Quando tinha 12 anos de idade, ele abandonou a escola e saiu da casa
dos pais, arrumando um emprego como ajudante de jardineiro. Aos 25 anos, Denke
perdeu o pai. Seu irmão mais velho tomou conta dos negócios da família,
enquanto Karl recebeu da herança do pai, dinheiro o suficiente para adquirir um
terreno. A tentativa de se tornar um agricultor foi frustrada, Denke vendeu o terreno
e adquiriu uma residência na cidade, localizada onde hoje se situa a Rua
Stawowa. No entanto, Karl foi forçado a vender a casa novamente. Ele finalmente
se estabeleceu em um pequeno apartamento com um galpão de madeira no quintal.
Os crimes.
Na madrugada de 21 de dezembro de 1924, domingo, um cocheiro chamado
Gabriel ouviu alguém gritando no interior da casa de Denke. Ele correu até o
local para ver o que se tratava e viu um sujeito jovem, cambaleando escorado na
parede, com uma mão na cabeça, que sangrava muito. O cocheiro correu até o
homem, que desmaiou, porém antes de perder a consciência, ele deixou escapar
que “Papai Denke havia o golpeado com uma picareta” (Algumas fontes apontam
para um machado). O nome do homem era Vincenz Oliver, um sujeito conhecido como
vagabundo na cidade. Imediatamente, Gabriel correu ate a delegacia.
Inicialmente, a policia não acreditou na história. Denke era conhecido como um
cidadão pacifico, honesto e respeitável por praticamente toda a cidade. Um legista confirmaria que Oliver havia sido
atacado com brutalidade, com um objeto pesado e cortante. Denke foi preso e
confessou o crime, mas alegou legitima defesa, dizendo que Vincenz estava
tentando assaltar sua propriedade.
Fachada da casa de Denke. |
Quando um policial foi verificar a cela de Denke, o viu pendurado pelo
pescoço, com uma corda feita de um lençol enrolado (algumas fontes citam,
erroneamente, que ele estava enforcado com um de seus suspensórios) – Denke havia
se matado, levando com ele várias perguntas e segredos.
As buscas na casa de Denke.
Em 24 de dezembro de 1924, os policiais foram até a residencia de Denke,
realizar buscas. O melhor relato do que a equipe encontrou na casa de Denke
foi feito pelo médico legista (Chefe interino do Instituto de Medicina Legal,
em Breslau), Friedrich Pietrusky. O relatório, datado de 1926, publicado
posteriormente em uma revista alemã, citado por Mark Benecke:
As primeiras descobertas feitas na casa de Denke durante as pesquisas
eram de ossos e fragmentos de carne humana. Estavam em uma solução de sal, em
uma espécie de barriu de madeira. Do cadáver, haviam sido retirados 15 pedaços
de carne, ainda com pele e pelos:dois pedaços de carne pertencentes à região
mamária, com vários pelos. O torso foi cortado ao meio, a três dedos acima do
umbigo. Havia carne retirada da parte frontal do ombro. Pedaço da parede
abdominal anterior, um pedaço de carne com um umbigo. Os pedaços de carne
restantes pertenciam à parte traseira do corpo. O maior pedaço de carne tinha
40 cmm por 20. “As nádegas haviam sido extirpadas, e o anus foi cuidadosamente
limpo”.
A carne tinha uma cor vermelha acastanhada, revelando que o morto teria
perdido muito sangue. Na parte de trás uma leve cor azulada, bem como um suave
livor mortis, o que levou os peritos
a concluírem que a desmontagem do corpo foi feita várias horas após a morte da
vítima.
Não havia sinais de que o esquartejamento foi realizado antes da morte
da vítima, também não havia sinais de luta. A pele, ligamentos e alguns
músculos da garganta haviam sido retirados, bem como os braços e as pernas,
cabeça e órgãos genitais. Essas partes não estavam no local do crime. A
natureza das lesões e a causa morits não puderam ser determinadas, muito
menos a arma usada no crime.
Em três vasos, havia carne humana cosida conservada, ainda coberta de
pele e fios de cabelo. A carne era rosa e macia. As partes pareciam pertencer à
região glútea. Em um dos potes, um pedaço de carne havia sido cortado pela
metade, e o outro pedaço pode ter sido comido, provavelmente por Denke, antes
de ser preso.
Grande quantidade de carne humana que os policiais encontraram na casa de Denke. |
A possibilidade de Denke ter ingerido e levado outras pessoas a fazerem
consumo de carne humana, através da venda desta como carne de boi ou de porco
no mercado de Wroclaw não foi confirmada pela policia, embora pareça ser plausível.
Pietrusky aponta para outra hipótese de como o canibalismo realmente aconteceu:
"Eu gostaria de mencionar aqui, que não há evidencia de que Denke teria vendido carne de suas vítimas (Ao que parece, é muito provável que ele realmente ingeriu carne humana). Entretanto, me parece que ele ofereceu carne humana para alguns ‘convidados’, alguns convidados, na verdade, vagabundos, que ele atraía para sua casa”.
Essa é apenas uma suposição. Seria plausível perguntar: Por que Denke
ofereceria gratuitamente carne para seus convidados,quando, na verdade,poderia
lucrar com isso, vendendo carne humana no lugar de carne de porco ou boi no
mercado local? Devemos observar que Pietrusky escreveu seu relatório sobre o
caso mais de um ano após a morte de Denke. A história sobre o possivel
canibalismo coletivo começou a circular pela cidade desde a investida policial
e as descobertas feitas na casa de Denke.
No terceiro recipiente havia vários pedaços de pele humana, partes de
uma aorta em uma espécie de massa gelatinosa. Em uma tigela, sobre a mesa de
jantar, havia gordura de cor âmbar. Testes biológicos posteriores confirmariam
que se tratava de gordura humana.
Os ossos.
As buscas continuaram dessa vez, o barracão de madeira, do lado de fora
da casa, foi revistado. Peças de carne foram encontradas. Um barriu cheio de ossos
limpos, tendões e partes de músculos também foi encontrado. Provavelmente, a
carne encontrada no barracão também foi cozida. Os investigadores encontraram
seis ossos do antebraço, o que significava que, provavelmente, havia partes de
três pessoas ali. Atrás do galpão, uma tíbia foi encontrada dentro de um
pequeno lago, que o próprio Denke havia construído anos antes e partes de
esqueletos foram encontrados atirados na floresta, atrás da casa. Eis uma
breve lista do que foi encontrado e enviado para exames:
- 16 ossos do fêmur, dos quais um par era grosso, dois pares eram notavelmente finos e dois fêmures esquerdos estavam sem pares;
- Quinze pedaços de ossos longos;
- Quatro pares de ossos dos cotovelos;
- sete raios de crânios;
- Sete cabeças dos raios (ossos do cotovelo);
- Nove partes inferiores dos raios;
- oito pares de ossos do antebraço
- um par de tíbia superior;
- dois braços;
- Um par de úmeros;
- Um par de ossos da clavícula;
- Duas omoplatas;
- Oito calcanhares e tornozelos;
- Cento e vinte dedos inteiros e falanges;
- Sessenta e cinco metros e ossos metacarpo;
- Cinco primeiras costelas e um 100-50 pedaços de costelas.
Ossos encontrados na casa de Denke |
Todos os ossos, com a exceção de poucos, eram muito leves e porosos.
No mato, atrás do terreno, os policiais encontraram, também, quatro
vértebras, pélvis dessecados pertencentes a indivíduos do sexo masculino,
que,por um lado, demonstrou traços de terem sido serrados com um serrote ou
arco de serra. Apenas parte de um crânio doi encontrada. Parte de um esterno, visivelmente cortado
com um objeto bem afiado. Esse pedaço de osso tinha traços de tinta.
Dadas as dimensões dos ossos encontrados na mata, a policia presumiu que
um indivíduo era forte e outros dois eram de compleição frágil. Um deles sofria
de uma lesão na coxa.
Fragmentos de ossos encontrados na casa de Denke. |
As superfícies dos ossos, onde eles foram cortados, eram irregulares,
demonstrando que fora aplicada muita força. Era possivel perceber golpes de
machado afiado ou objeto semelhante, assim como o uso de serras em algumas
partes. Os cortes nas articulações foram feitos com uma faca ou facão, bem
afiado. Com todos esses registros, pôde-se declarar que os ossos pertenciam a
pelo menos oito pessoas.
Evidente que muitos ossos ainda seriam descobertos ao longo dos anos. Os
últimos ossos foram localizados após a Segunda Guerra Mundial, por poloneses
que compraram a casa de Denke (Ao contrário do que acontece em muitos casos de
assassinatos múltiplos, a casa de Denke não foi demolida).
Dentes.
No final, contou-se mais de 350 dentes, de várias pessoas, encontrados
dentro da casa, em um saco para guardar dinheiro, em dois recipientes de metal,
onde estavam escrito "Pimenta" e "Sal" e em três sacos de
papel, que eram usados para guardar especiarias. Os dentes estava ordenados de
acordo com os tamanho. Os molares estavam no saco de dinheiro., enquanto os
outros foram colocados nas latas e nos sacos de papel. Um dos sacos continha
todos os dentes, provavelmente pertencentes a uma pessoa só, e haviam três
dentes deteriorados, provavelmente pertencentes a uma pessoa de idade avançada.
Todos, com exceção destes três últimos, estavam bem preservados.
A descoberta dos dentes representou um significativo avanço na tentativa
de elucidar o número de pessoas que se tornaram vítimas de Denke. Até o
momento, a equipe de investigação tinha encontrado ossos pertencentes a pelo
menos oito pessoas, mas os dentes demonstravam que um número muito maior de
pessoas poderiam ter perdido a vida nas mãos de Denke. Os dentes pertenciam a,
no mínimo, 20 pessoas. Porém, alguns dentes individuais (Como pré-molares e
incisivos) aparecem duas vezes mais do que o esperado, o que sugere um número
ainda maior de vítimas. Cárie era algo comum nas pessoas pobres na época, o que
significa que muita gente perdia os dentes precocemente. Isso pode significar
ainda mais vítimas. Além disso, os tratamentos dentários para pessoas idosas
eram e escassos na época, o que significa que, se algum(s) idoso(s) foi(ram)
vítima(s) de Denke, certamente ele não seria dono de um conjunto inteiro de
dentes,o que possibilita calcular um número maior de vítimas. No fim,
presumiu-se que mais ou menos vinte e cinco pessoas morreram vítimas de Denke.
Barracão de madeira, do lado de fora da casa, onde muitos esqueletos foram encontrados. |
Os dentes demonstravam diferentes formas de extração. Alguns foram
retirados com facilidade devido à atrofias da idade avançada. Outros,
fortemente enraizados, foram arrancados à força. Ainda estavam com as raízes.
Em muitos casos, parte do alvéolo dentário. Alguns molares e pré-molares
mostravam buracos na camada de esmalte, provavelmente ocorridas antes da morte
das vítimas. As raízes poderiam sugerir que as mandíbulas das vítimas foram
cozidas. alguns dentes estavam quebrados, revelando a dureza do processo de extração.
A próxima observação tomada pelos policiais e anotada no relatório de
Pietrusky é um tanto estranha. Ela se referia à idade das vítimas.
Com base nos dentes, os peritos puderam deduzir que grande parte das
vítimas de Denke não eram jovens. Haviam quatro dentes sisos (Não se sabe se
pertenciam a mesma pessoa ou se eram individuais), com peculiaridades
encontradas nos dentes de indivíduos acima dos 50 anos de idade. A análise dos
outros dentes demonstrou que pelo menos quatro pessoas eram idosas. uma das
vítimas, certamente, tinha menos de 16 anos. Foi descoberto que a maioria das
vítimas teria por volta de 40 anos de idade na ocasião em que foram mortas.
dois indivíduos teriam, provavelmente, de 20 a 30 anos, e outro teria entre 30
e 40.
Os testes sobre o sexo das vítimas não deram resultados satisfatórios.
Muito menos se puderam presumir suas ocupações. Nada de muito revelador pode
ser descoberto, sobre a vida e os costumes das vítimas, nem mesmo sobre o que
ocorreu após suas mortes. O que aconteceu, com certeza, foi a extração dos
dentes. Descobriu-se que esses dentes já haviam sido recolhidos muitos anos
antes.
Porém, de certa forma, o estudo com os dentes pareceu apresentar
resultados bem mais satisfatórios sobre a idade das vítimas do que se poderia
obter com ossos. mas devemos lembrar que os peritos não conseguiram encontrar um
esqueleto completamente montado, apenas peças soltas.
Sabão e roupas.
A próxima parte do relatório se refere à bizarras experiências, que
Denke, provavelmente, fazia com partes dos cadáveres de suas vítimas. A
investigação revelou que Denke poderia ter usado gordura corporal humana para
fabricar sabão (leia o caso de Leonarda Cianciulli). Denke também teria usado
tecido humano como obra prima pra confecção, principalmente de suspensórios
(Leia também o caso de Ed Gein).
Entre os vários suspensórios de Denke, três pares haviam sido feitos com
couro humano, de forma bem rústica e primitiva. Cada um deles tinha cerca de
seis centímetros de largura e mediam 60centimetros de comprimento (cada uma das
três alças). O couro não era liso e apresentava áreas quebradiças. O couro
utilizado era da área do torso (ainda era possivel ver os mamilos da vítima).
Parte deles era construída com pele retirada da região púbica,sendo detectados,
com auxílio de um microscópio, vestígios de lêndeas e piolhos pubianos
(chatos). Todos os suspensórios confeccionado a partir de couro humano
apresentavam sinais de uso. Provavelmente, Denke os utilizou.
Suspensórios e sapatos de couro humano, junto a trapos. |
Além dos suspensórios, Denke também confeccionou sapatos e misturou restos
de couro humano a vários retalhos de panos velhos. Haviam por volta de 40
pacotes grandes e pequenos, cheios de trapos. Também haviam laços feitos com
cabelo humano.
Potes e vasilhas cheios de gordura e pedaços de carne conservados. |
Igualmente estranha, era a colação de moedas, pertencente a Denke. Tais
moedas não eram verdadeiras, tendo apenas uma face. a policia apreendeu também
um grande número de documento de identificação das vítimas, bem como livros
sobre jardinagem, dos quais Denke fazia uso para o trabalho. O que chamou a
atenção dos policiais, foi que no livro haviam várias páginas em anexo. Tais
páginas continham anotados os nomes de trinta nomes de pessoas, homens e
mulheres, registrados de forma cronológica. Antes de cada nome, há uma
numeração (Essa numeração começava a partir do 11° nome) e uma data (é possivel
que seja a datada morte da vítima). No número 31, não há nome, somente a data.
As anotações sobre as mulheres são menos complexas do que as anotações sobre os
homens, que apresentam nomes completos, datas de nascimento, local da estadia e
estado civil da pessoa, enquanto das mulheres, muitas vezes, traziam somente o
primeiro nome delas. As suspeitas de que essas lista trata das vítimas se
justifica pelo fato de que os portadores dos documentos de identificação,
encontrados no quarto de Denke, não poderiam ser identificados de outra forma.
Pela forma como a lista era composta, sabemos que a mesma não foi feita em um
único dia. Havia também iniciais e ao lado números, que provavelmente indicavam
o peso da pessoa. Em outro pedaços de papel, haviam nomes e ao lado seguiam as
palavras: "Mortos 122, nus 107, estripados 83".
Anotações feitas por Denke |
Ferramentas.
Havia inúmeras ferramentas na casa de Denke, entre elas se listou:
- Três eixos;
- Uma picareta;
- Três facas;
- Um serrote largo;
- Uma grande serra para cortar árvores.
Foice, serra e facas, utilizadas pelo assassino. |
Tais ferramentas foram utilizadas nos assassinatos e nos
esquartejamentos. Todos foram apreendidos e enviados para testes, a fim de
detectar vestígios de sangue humano. As análises detectaram sangue, além de vestígios
de madeira. A serra larga teria sido usada, provavelmente, para cortar a cabeça
das vítimas e ossos pélvicos. A picareta, com mais de 40 centimetros, também
havia sido utilizada em pelo menos um homicídio, pois também havia vestígios de
sangue nela. Os exames feitos com as facas não deram nenhum resultado.
A parte seguinte do relatório tratava da vida de Denke.
Um homem acima de qualquer suspeita.
Karl Denke tinha a reputação de bom cidadão, e era conhecido como pacato.
Quando criança, ele demonstrava ser extremamente tímido. Por muito tempo, foi incapaz
de aprender a falar (isso só aconteceu, quando ele tinha 6 anos de idade). Seu
professor o chamava de idiota, e não era raro ele ser castigado. Karl acabou
perdendo o respeito pela figura do professor.
Quando atingiu a idade adulta, Karl foi tratado com certa desconfiança.
Isso se dava devido à sua indiferença sexual e solidão. Ele não casou, e sempre
alegava: “Nem homem, nem mulher”. Karl não ingeria álcool e tocava órgão numa
igreja local.
Seus familiares alegavam que ele nunca demonstrou sinais de medo ou
aversão, no entanto, ele não apresentava um comportamento violento. Um dia, o
irmão de Karl lhe deu o apelido de Vielfraß (guloso), porque o viu ingerir mais
de dois quilos de carne em uma única refeição. Mas fora essa fome toda, Karl se
demonstrava um sujeito humilde e sempre ligado a obras de caridade. Por isso,
muitos o tratavam de Vatter Denke (Papai Denke).
Estudos detalhados sobre a personalidade de Denke foram impossíveis de
serem realizados. O que se sabe veio de informações dadas por conhecidos e
colhidas em arquivos familiares, tais informações foram colhidas após o suicídio
de Denke. O que se sabe é que os crimes de Denke não foram motivados por razões
sexuais e sua personalidade não condizia com isso, mas o que motivou Denke a
cometer os crimes?
Talvez Denke fosse, em seu íntimo, egoísta demasiadamente, incapaz de
entender e seguir regras morais, além de sua falta de preparo e sorte com o
trabalho. Ao contrário do que muitos afirmam, Denke não era um estalajadeiro
(isso foram apenas rumores, surgidos da má tradução do alemão para o inglês),
mas trabalhava como vendedor em um mercado de Wroclaw. Denke provavelmente descobriu
uma forma eficaz de satisfazer sua fome e ganhar dinheiro, matando vadios que
apareciam na vizinhança. Eles o conheciam na estação de trem, localizada a
poucos metros de sua casa. Adquiria a confiança das pessoas muito fácil e as
levava para a armadilha. Jornaleiros e pedintes também se tornavam vítimas de
Denke.
Resta uma pergunta sobre o caso Denke: Como Denke pôde cometer seus
crimes, ao longo de 15 anos, e nunca ter sido denunciado. De certa forma,
muitos vizinhos desconfiavam, pois “muitas pessoas que entravam na casa do ‘Papai
Denke’ simplesmente desapareciam”, mas logo desistiam da ideia, pois um homem
pacato como Denke não seria capaz de cometer assassinatos... Eles estavam
enganados.
Houveram alguns incidentes (pelo menos dois) que denunciaram Denke, mas
parece que foram ignorados pela população de Münsterberg e principalmente pelas
autoridades da cidade. Algum tempo antes do ataque à Vincenz Oliver, um aprendiz
de jardineiro foi visto saindo em disparada da casa de Denke. Ele estava com a
face coberta de sangue. Ninguém, nem mesmo a vítima, denunciou o caso às
autoridades. Algum tempo depois, um sujeito conhecido como vagabundo, foi
convidado por Denke e convencido à escrever uma carta. Enquanto escrevia no
papel, Denke acorrentou seu pescoço. Rapidamente o homem
começou uma luta,
saindo vitorioso, por ser mais forte que Denke. Ele saiu de lá apressadamente.
As autoridades também não tomaram conhecimento do caso.
Além desses dois episódios, houve algumas denuncias de vizinhos, sobre
um cheiro nauseabundo que tomava conta de todo o quarteirão. O fedor vinha da
casa de Denke. Os moradores, de certa forma, estranharam. Aqueles eram tempos difíceis
de inflação, e como Denke havia acumulado carne ao ponto desta estragar? Os
moradores logo desconfiaram que se tratasse de carne de cachorro ou cavalo. Apesar
de ser uma prática ilegal vender carne de cachorro, ninguém denunciou Denke à
policia. Algumas pessoas até viram quando Denke despejava baldes de sangue no
quintal. Os vizinhos também perceberam ruídos estranho, vindos da casa de
Denke, durante a noite. Barulhos de alguém serrando algo. Mas eles presumiram
que se tratava de Denke preparando a carne para vender no dia seguinte.
Os vizinhos também perceberam que Denke saía de casa, durante a noite,
cheio de sacolas e malas pesadas e voltava pra casa de mãos vazias. As malas
tinham roupas e sapatos velhos e ele provavelmente os vendia, mas de onde
provinham?
É bem provável que os vizinhos já tivessem uma ideia do que acontecia no
interior da casa do “Papai Denke”, mas não levaram suas desconfianças a sério,
o que foi uma infelicidade. Se Denke fosse denunciado quanto antes, mortes
teriam sido evitadas.
O caso permanece um mistério, afinal, Denke matava simplesmente para
vender a carne como carne de porco no mercado de Wroclaw? Seja como for, nunca
saberemos. Denke levou seus segredos para o túmulo. Para aumentar ainda mais o
mistério, nenhuma foto de Denke em vida foi feita, existe apenas a fotografia
post-mortem, de seu cadáver no necrotério. Nela, vemos um sujeito de feições
simpáticas, um simples velhinho, que parecia “dormir”. Denke matou, provavelmente,
de 30 à 40 pessoas, isso se o número não for bem maior.
A única fotografia de Karl Denke. |
Deprimente..
ResponderExcluirDoido varrido!
ResponderExcluircada louco
ResponderExcluirBom , é essencial termos conhecimento que abrange a todo o tipo de assunto .
ResponderExcluirEsse caso prova mais uma vez que , não é de hoje que a natureza humana é algo muito maior do que possamos imaginar ..
Vejo que você se interessa por histórias do gênero. Meu contato segue abaixo, caso queira mais fatos da mesma linha.
ExcluirO ser se define pelo meio. De acordo com a trajetória de vida de Karl, sua personalidade repreendida, foi capaz de transformá-lo, em que muitos acreditam e julgam, um ser psicopata. Talvez suas infelicidades em toda a vida tenham se refletido no seu modo de agir e sentir o mundo a sua volta. Mas a pergunta fica: o que leva um ser humano, de total racionalidade, cometer tais escrúpulos? Seria por necessidade ou apenas prazer?
ResponderExcluirApós outras pesquisas diretamente em alemão, percebi que ele selecionava suas vítimas: pessoas que não fariam falta a sociedade, anônimas (vagabundos, mendigos e jornaleiros). Frequentemente, segundo relatos, ele comparecia com carnes no mercado de Breslau, Alemanha, onde comercializava os mesmos.
Bom, agora partindo para a área antropofágica, ou seja, a prática da antropofagia, que consciste em ingerir pedaços de carne ou víceras humanas com o intuito de apossar-se da energia do indivíduo. Tal prática era comum em sociedades indo-americanas e africanas.
Os poucos casos de canibalismo de humanos registrados na história da sociedade ocidental moderna estão ligados a situações limites, satisfação do instinto de sobrevivência do indivíduo perante uma opção de vida ou morte
Em outra perspectiva, psicanalítica, tal prática está associada aos comportamentos bizarros da psicose e perversão sádico - psicopática.
Freud referiu-se algumas vezes à essa manifestação patogência chegando a denomina-la "a fase oral por fase canibalesca".
"Em sua avaliação do processo civilizatório situa o canibalismo como um comportamento possivelmente controlado ao lado dos desejos instintuais do incesto e da ânsia de matar, os desejos inconscientes que ameaçam o indivíduo e a civilização e que todos parecem unânimes em repudiar."
Alguns fatos que eu descobri vagando pelo sub mundo da internet:
- O alemão Fritz Haarmann, conhecido como o vampiro de Hannover, foi condenado em 1924 pelo assassinato de 30 garotos. Ele fazia salsicha da carne dos meninos, não somente para consumo próprio, como também para venda.
No passado, alguns casos famosos de canibalismo foram também associados a um contexto sexual.
- Nos EUA, durante a década de 1920, Albert Fish estuprou, matou e devorou várias crianças, alegando ter tido um grande prazer sexual resultante de seus actos.
- O russo Andrei Chikatilo, que matou pelo menos 53 pessoas entre 1978 e 1990, também era praticante do canibalismo com conotações sexuais.
- Em 2002, a polícia alemã encontrou na casa de Armin Meiwes, técnico de informática residente em Rotenburgo, em Hessen, pedaços de um corpo humano no frigorífico. Tratava-se de Bernd-Jürgen Brandes, de 43 anos, que o procurara em resposta a um anúncio colocado por Meiwes na internet procurando por "jovens corpulentos entre 18 e 30 anos para abate". Além de matá-lo, Meiwes cortou seu pênis e comeu-o flambado. Meiwes contou à polícia que Brandes concordou que partes de seu corpo fossem cortadas e cozidas. Depois de terem comido juntos, Brandes teria concordado em ser morto.
Voltando ao fato Denke, uma última citação:
"Quando ele foi preso em 1924, ele disse à polícia que durante os últimos três anos, ele tinha comido salsichas feitas apenas de carne humana."
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