Agora, continuamos a narrativa sobre Peter Kürten, O Vampiro de Düsseldorf. (Parte 1, aqui)
Evento
triplo.
A policia estava certa de que
Hahn não tinha virado vítima do Vampiro, pois ele seria John Stausberg e
estaria internado em um asilo para loucos. À meia-noite, do dia vinte de
agosto, duas mocinhas: Anne Goldhausen, 18 anos e sua amiga Margaret Patten,
também de 18, voltavam de uma feira em Lieren. Ao chegarem ao endereço de
Patten, na Gumbertstraße, número 3, as duas jovens se despediram. Anne
continuou seu caminho, enquanto sua amiga se dirigia para sua casa. Um pouco a
frente, em uma rua sem iluminação, um sujeito aproximou-se de Anne e, sem
nenhum aviso, golpeou-a com um objeto perfuro pelo lado esquerdo do tronco. O
golpe foi demasiadamente forte. Anne, desnorteada, com dor e sangrando,
arrastou-se de volta até a casa da amiga. Ela gritava de dor e clamava pela
mãe. Ao chegar à casa de Patten, Anne recebeu auxílio e foi mandada às pressas
para o hospital. O golpe havia perfurado seu diafragma, seu fígado e penetrou o
estômago.
Pouco tempo depois do ataque à
Anne, uma senhorita de nome Olga Mantel caminhava carregando um incômodo e
pesado envelope pela Erkrath, estrada que fica ao lado da Gumbertstraße, quando
foi abordada por um estranho. Ele lhe perguntou: "Posso ajudar?".
Olga com medo ignorou o sujeito e não o respondeu. Continuou caminhando como se
nem fosse com ela. Ao atravessar a rua, Olga percebeu que o sujeito a
perseguia. Tentou correr, mas as pernas não obedeceram tão grande era o medo.
Tempo depois, quando achou que tudo foi apenas uma coincidência, Olga recebeu
uma forte facada por trás e depois recebeu outra. Olga gritou o mais forte que
pode, acordando alguns moradores da Erkrath e frustrando os planos de Kürten.
Peter também relatou ao Professor Berg como atacou Olga:
"Esta mulher gritava como
uma louca. Eu tive que correr o mais rápido que eu pude!"
Os moradores da Erkrath foram
acordados pelos gritos estridentes de socorro, principalmente os residentes do
endereço 430, próximo de onde o ataque ocorreu. Um dos inquilinos do prédio fez
um curativo improvisado na senhorita, enquanto os outros correram pra chamar um
médico. Olga Mantel foi enviada às pressas em uma ambulância para um hospital,
onde descreveu seu agressor: Entre trinta e trinta e cinco anos, no máximo.
Vestindo um terno acinzentado ou marrom. Testemunhas viram o sujeito correndo
por um caminho estreito, que levava a um campo.
Dez minutos depois do ataque à
Olga, Peter cruzou o caminho de um comerciante chamado Henry Kornblum. Kornblum
relatou o acontecido em um depoimento:
"Eu chegava de uma reunião
do clube desportivo, e tomei um atalho, através do parque. Ele surgiu de
repente, como se tivesse crescido do chão direto na minha vizinhança... Ele
gritou ' espere garoto', senti que tinha más intenções então eu corri. Pensei
que tinha despistado o cara, mas não tinha. Olhei para trás e corri o mais
rápido que pude e ele correndo atrás de mim. A certa altura, havia uma cerca de
arame na minha frente. Eu comecei a escalá-la, foi aí que o sujeito veio e me
deu uma facada ao lado da minha coluna vertebral. Com o choque, que cai no chão
e o criminoso desapareceu. eu sentia muitas dores, mas mesmo assim, fui me
arrastando até a feira, onde pedi ajuda em uma barraquinha de tiro. De lá,fui
levado ao hospital,onde ouvi que o criminosos havia ferido duas mulheres antes
de mim. o homem tinha mais ou menos 22 anos, vinte e cinco no máximo. Tinha
ombros largos e usava um terno marrom chocolate. Seu rosto era semelhante ao de
um buldog, com os ossos da face realçados"
A recuperação de Kornblum foi
rápida e em três semanas ele recebeu alta. Os quadros de Olga Mantel e de Anne
Goldhausen inspiravam mais cuidados. Olga teve o pulmão perfurado e Anne ficou,
durante meses, entrando e saindo do coma. Os ataques de 20 de agosto foram
feitos com o punhal que Peter havia adquirido na loja de ferragens, na ocasião
apos o ataque à Apollonia. O primeiro ataque foi cometido na pressa, tendo
Peter não alcançado gratificação sexual. Alguns minutos depois, procurando
outra vítima em potencial, Peter encontrou Olga e a atacou (todas as suas ações
foram motivadas por questões sexuais. Peter desejava somente atingir o
orgasmo), mas os gritos alarmistas de Olga frustraram seu plano e ele teve que
fugir. Então, ainda sem obter o orgasmo, Peter encontrou a terceira vítima,o
comerciante Henry Kornblum. Ao atacá-lo, Peter finalmente atingiu o orgasmo e o
deuxou-o sem socorro, com um buraco nas costas. Após esse ultimo ataque, Peter
se dirigiu para o parque de diversões,que estava na cidade devido às
festividades. Tempo depois, ele se juntou a um grupo de pessoas que conversavam
na Erkrather, demonstrando certa curiosidade sobre o assunto. Ali Peter se
sentiu ainda mais realizado. O assunto debatido pelo grupo era um só: Os
ataques ocorridos naquela noite. Kürten se sentiu um rei incógnito. Todos
falavam do horror que o criminoso havia causado,porém ninguém sabia quem era o
assassino. Ela sabia que, até mesmo na hora de irem para a cama, aquelas
pessoas o temeriam. Realizado, Peter voltou para casa dormir.
Em 24 de agosto era um dia de
festa. Havia uma multidão nas ruas com velas e tochas. No meio dessas pessoas
estava Peter Kürten. Ele tentou a aproximação com uma mulher, mas ela o
rejeitou. Tiros eram disparados para o alto misturando os estampidos com a
musica que era tocada, numa algazarra sem fim. Peter passou um tempo caminhando
próximo aos carrosséis - Era necessário abordar alguém. A noite estava abafada.
Peter novamente se misturou à multidão, aproximando-se de outra mulher, mas
essa também não queria nada com ele. A queima de fogos de artifício começou.
Todos olharam para cima impressionados, mas nada disso agradava a Peter, que
estava impaciente com sua caça improdutiva. Na medida em que as pessoas iam
chegando, a multidão se punha em marcha, com velas na mão. Kürten não
acompanhou o grupo, ficou no parque de diversões,olhando em todas as direções,
já impaciente... Foi nessa hora que ele viu algo que o agradou.
Gertrud
Hamacher e Louise Lazen.
"Eu vi duas crianças
seguindo para um beco e eu as segui. elas entraram em uma ruela escura, cercada
pelo mato. Lá eu as abordei e pedi educadamente para a mais velha, que me
fizesse o favor de me buscar alguns cigarros. Ela foi de bom grado. Então,
quando ela estava fora de vista, eu peguei a mais nova, que havia ficado sobre
minha guarda, e a estrangulei..."
Gertrud Hamacher, cinco anos de
idade, perdeu a consciência imediatamente. Kürten arrastou a menina até uma
plantação de feijão, próximo à estrada e cortou sua garganta com o punhal.
Tempos depois, Louise voltava correndo trazendo os cigarros de Peter. Peter,
calmamente,colocou o maço no bolso, agarrou Louise e a estrangulou, como havia
feito com Gertrud. Entretanto, Louise lutou bravamente por sua vida. Quando
pareceu que ela perdeu a consciência e Peter tentou cortar sua garganta, a
menina despertou,levantando rapidamente e pós-se a correr. Ela gritava o mais
alto que conseguia, clamando pela mãe. Pouco mais a frente, Louise tropeçou e
caiu. Antes que pudesse se recompor, Peter a atingiu com um golpe nas costas, perfurando-lhe
o pulmão e outro golpe rompendo a aorta da garota. Depois do ataque, Peter
entrou em um bonde e foi para casa.
A essas horas, John Hamacher, pai
biológico de Gertrud e pai adotivo de Louise estava ficando preocupado com a
demora das filhas. Suas filhas já deveriam ter voltado há duas horas, mas não
havia nem sinal delas. A família de Hamacher vivia próximo ao campo de feijão
onde ocorrera o duplo homicídio, mais ou menos 200 metros de distância. O campo
pertencia à família Freudenberg. Foi na casa dessa família que John foi pedir
informação.
Com os Freudenbergs, John
Hamacher não conseguiu nenhuma informação que pudesse o levar até suas filhas,
entretanto, alguns conhecidos seus alegaram ter visto as meninas brincando, no
Navio Feliz do parque de diversões antes da procissão das tochas começar, após
isso, ninguém mais tinha visto as meninas. Uma mulher afirmou que, por volta
das 10 da noite, ouviu um grito estridente de criança. John e alguns vizinhos
decidiram agir e uma busca desesperada e sem rumo começou. O grupo procurou
pelas ruas, vielas e becos escuros; No parque de diversões e nada. algo se
mexeu em um canto... Mas era um gato fugitivo; uma figura escura foi vista em
uma vala... não era um corpo, era só um tronco de árvore retorcido. Não foi
encontrada nenhuma criança brincando, dormindo ou escondida no parque de
diversões ou ferida clamando por socorro. Às três horas da madrugada, cansado e
frustrado, o grupo desistiu das buscas. John foi procurar a a policia.
Às seis horas da manhã do dia
seguinte, a Sra. Freudenberg pegava caminho rumo à igreja,onde iria participar
de uma missa. Como de costume, ela preferiu cortar caminho pelo campo de
feijão... Mal pôde acreditar no que viu. A Sra. Freudenberg encontrou os
cadáveres de Gertrud e Louise. Ambos extremamente ensangüentados. A policia
tomou conhecimento da descoberta dos corpos. A vizinhança tomou conhecimento do
duplo homicídio,incluindo John,o pai que desesperadamente procurou as filhas na
noite anterior. Policiais acharam pegadas na rota de fuga da cena do crime e
fizeram moldes de gesso. Entre os curiosos assombrados, destacava-se um cidadão
em especial... Isso mesmo, Peter Kürten.
Mais uma vez, Peter queria
assistir o trabalho da polícia e ver os rostos estarrecidos dos presentes.
Peter ouvia triunfante as maldições proferidas contra o assassino. Aquilo o
animava, era uma apoteose para ele. Em meio a multidão horrorizada, policiais
montados a cavalos e de bicicletas começaram a vasculhar os arredores do campo
da família Freudenberg. Abrigos foram revistados, um ou outro vagabundo levado
preso como suspeito, a policia tentou trabalhar com o que tinha nas mãos, mas
nada surtiu efeito. Todos os esforços pareciam em vão. Havia apenas uma pista,
a pegada deixada pelo criminoso próximo aos cadáveres.
Ao meio-dia, Kürten foi para casa
para comer com sua pontualidade de marido exemplar. Só que ele não ficaria
muito tempo dentro de casa. Pela tarde, Peter Kürten saiu para uma caminhada
sem a companhia da esposa. O tempo estava bonito e fresco. Peter trazia consigo
seu punhal, que ele não havia pegado em sua casa, mas em um quarto que ele
havia alugado, próximo ao local onde abandonara o cadáver de Rosa Olinger.
Peter usou o atalho que usara quando matou Ohlinger e seguiu para Kassel, onde esperava
encontrar uma vítima vulnerável que pudesse golpear. Seu punhal, que já havia
entrado na carne de cinco pessoas somente naquela semana, ainda seria manchado
de sangue, mais uma vez..
Gertrud
Schulte.
Noite de 25 de agosto,
Maria-Theresien-Hospital. Gertrud Schulte, empregada doméstica, 26 anos de
idade, chegou ao hospital gravemente ferida, após ser brutalmente atacada. Dr.
Frischen, cirurgião-chefe do hospital afirmou que seu quadro era gravíssimo e
que a menina estava em choque. seus ferimentos foram:
- Uma cavidade no crânio, tendo por volta de 4 centímetros de comprimento;
- O lóbulo de uma orelha foi rasgado;
- No lado direito do pescoço uma ferida escancaradas seis polegadas de comprimento;
- Do outro lado do pescoço, três facadas;
- Uma ferida profunda no ombro esquerdo, provocada por uma facada;
- Uma ferida no lado interno do braço provocada por faca e outra na parte de trás
- O nervo ulnar (do cotovelo) havia sido cortado;
- Na linha axila duas mordidas profundas que penetraram a carne;
- A perna esquerda estava paralisada devido ao ataque;
- Entre a primeira e a segunda vértebra, havia um objeto metálico com 54 milímetros. Era a ponta de um punhal ou de uma faca.
Os médicos inicialmente estavam
céticos quanto a recuperação de Gertrud, porém milagrosamente a moça
sobreviveu.
Peter mencionou que havia
conhecido Gertrud em Oberkassel e se apresentou como um funcionário dos
correios. ele sempre demonstrava ser um sujeito endinheirado, tentando
despertar o interesse das mulheres. Peter convenceu Gertrud a segui-lo até a
feira, onde comprou pão de coco e pêssegos alpinos para ela. Antes de irem, Ela
a convidou para assistir uma apresentação que acontecia por ali. Peter comentou
para Gertrud, aparentemente indignado: "Olha pra essas mulheres, como
podem se sujeitar a isso?" Isso soou como uma demonstração de decência e
bons costumes nos ouvidos de Gertrud, que agora se sentia mais confiante.
Pela noite, quando voltaram para
Düsseldorf, Peter convenceu Gertrud para passear um pouco mais em sua
companhia. eles caminhariam mais um trecho a pé. Às oito e meia da noite, os
pés de Gertrud começaram a doer. Ela retirou os sapatos e Peter, gentilmente,
se ofereceu para segurá-los. Ele também carregou os sapatos e a bolsa da moça.
O casal chegou a uma região aterrada, às margens do Reno, onde dava pra ver o
brilho das luzes da cidade de Schnellenburg. Kürten percebeu que Gertrud já
estava muito cansada e decidiu parar pelo caminho para recompor as forças. Era
possivel ver as luzes da ponte que cruzava o Reno, em Kassel.
A trilha que o casal seguia era
escura e cercada por mato. haviam enormes salgueiros. O medo tomou conta de
Gerdrude, que se queixou para Peter. "Não vai demorar muito!", disse
Kürten. Gertrud se acalmou e sentou-se para colocar os sapatos. Kürten avançou
sobre ela, pós a mão por debaixo de seu vestido e abaxou sua calcinha. Gertrud
Schulte resistiu e o casal lutou por um ou dois minutos. Ela era uma jovem
forte.
"Aqui você pode gritar o
quanto quiser, mas ninguém vai te ouvir!" - Disse Kürten.
Gertrud, chorando e desesperada
implorou para ser morta rapidamente. "Você vai morrer!" respondeu
Peter,e deu-lhe uma punhalada. Gertrud Schulte gritou desesperada por ajuda,
mas Peter a apunhalou mais vezes e ela perdeu a consciência por alguns
instantes. Quando Peter Kürten já havia realizado suas fantasias sádicas,
Gertrud despertou de repente e tentou correr. Peter pulou sobre ela novamente,
e a atingiu com um golpe tão forte nas costas, que aponta da faca quebrou
e ficou presa dentro do corpo de Gertrud, que ainda teve força pra correr e
gritar,caindo na margem do rio e desmaiando.
Kürten ia segui-la, mas desistiu
da idéia. Ele ouviu o que parecia ser vozes de alguém que se aproximava por de
trás dos salgueiros e fugiu. Ali perto, havia um acampamento, a
"Papuaner-Dorf". Ouvindo os gritos de socorro de Gertrud Schulte, um
grupo veio por entre os salgueiros para ver o que estava ocorrendo.
Kürten atirou no mato seu punhal,
que já não tinha nenhuma serventia sem a ponta. em seguida, no caminho para sua
casa, ela atirou fora a bolsa de Gertrud. Peter havia guardado o relógio de
Maria hahn como lembrança, entre duas vigas de sua casa. Já estava na hora de
se colocar outro troféu lá, mas ele não encontrou nada que valia na bolsa de
Gertrud, levando apenas seu relógio para casa.
Peter foi para a Praça Lueg,
aguardar pela passagem da policia. Ele acreditava que as vozes que ouviu eram
de pessoas que estavam indo prestar socorro à Gertrud e que a essa hora a
policia já teria tomado conhecimento do crime. Ele também contava com outra
coisa: Devido a brutalidade do ataque, Gertrud não sobreviveria, porém não foi isso
que aconteceu. Gertrud se recuperou, e na noite seguinte ao dia do crime,
conseguiu dar uma descrição do assassino para a policia: Um homem com 20 à 25
anos, no máximo. Louro, rosto redondo e novo, usando um terno cinza listrado.
Por fim, a policia não duvidou do testemunho de Gertrud. Ela foi a que mais
tempo passou com o assassino e,mesmo ferida,pôde dar uma boa descrição do
maníaco. Seu depoimento foi muito importante.
Mas se Kürten já era um
quarentão, por que muitos insistiam em descrevê-lo como tendo no máximo 25 anos
de idade? A resposta dessa pergunta é simples: Peter usava a maquiagem da
esposa, para disfarçar as rugas da idade. Era necessário manter as aparências.
Peter, a essa altura, já contava com 46 anos de idade.
Na manhã seguinte ao ataque
contra Gertrud Schulte, Peter debruçou-se sobre os jornais matinais. Os
detalhes do crime foram lidos com satisfação e prazer. A edição de
segunda-feira, 26 de agosto, vinha trazendo o ataque contra Gertrud, em
comparação com o duplo homicídio ocorrido no campo de feijão e o ataque triplo
na noite do dia 20. Kürten lia com gosto o escarcéu que estava provocando à
policia, que estava às tontas. O chefe do departamento de policia de Düsseldorf
emitiu um comunicado tentando tranqüilizar a população:
"Todos os policiais da
cidade estão inteirados no caso dos recentes ataques. Iremos, com certeza, ser
bem sucedidos."
O fato é que esse desejo da
policia não seria cumprido tão cedo, principalmente pelo rumo errado que
tomaram as investigações. A semana sangrenta de agosto colocava sérias dúvidas
sobre a culpa de John Stausberg nos crimes de fevereiro. Foi comprovado que
John atacou mulheres com um laço, tentando estrangulá-las, mas era provável que
ele seria totalmente inocente dos ataques à tesouradas contra Rudolf Scheer,
Rosa Olinger e Apollonia
Kühn . Os ataques ocorridos em agosto apresentavam inúmeras semelhanças com os
ocorridos em fevereiro. Era provável que o assassino de Scheer e Ohlinger
estivesse solto por aí. A policia começava a demonstrar sinais de desespero e
estava tateando no escuro. Era esperado que não ocorresse mais ataques
violentos... Pelo menos por enquanto.
Caroline Heerstraas.
Caroline Heerstraas caminhava
pelos arredores da estação de Düsseldorf, quando foi abordada por um simpático
cavalheiro. Ele a convidou para irem até um bar, beberem um copo de cerveja.
Após uma longa caminhada, os dois decidiram sentar em um banco,em um local
deserto. O homem olhou o relógio, já era noite. De uma hora pra outra, sem
nenhum aviso, o rapaz agarrou Caroline pelo pescoço e a estrangulou. Caroline
lutou com seu agressor, mas foi submetida à outro estrangulamento. Acabou
perdendo a consciência. Ele então arrastou a moça e atirou em um rio que corria
perto dali. Kürten, nas suas "confissões" ao professor Berg, afirmou:
"Eu sabia que o rio era raso
e ela não ria se afogar. Eu não tinha razão alguma para matá-la, por isso
acabei jogando ela no Dussel. eu só queria me livrar daquela cadela!"
Naquela mesma noite, uma menina
chamada Sofie Rück andava de bicicleta pela Rosstrasse, quando passou por um
cruzamento e foi atacada por um homem. O sujeito agarrou seu pescoço,
derrubando-a da bicicleta. Ele bateu com um objeto pesado em sua cabeça, Sofie
gritou por socorro, mas recebeu outro golpe e perdeu a consciência.
Próximo da meia-noite, na Rua
Drehe (próxima a Hellweg, onde Rudolf Scheer havia sido atacado) Maria Radusch
seguia para sua casa quando foi derrubada por um estranho. O sujeito a
estrangulou e a espancou brutalmente. Peter contou detalhes do ataque:
"... Ela ficou gritando por socorro. eu vi quando algumas pessoas vieram
para ajudá-la e começaram a me perseguir. Acho que esse foi o momento em que eu
quase fui apanhado..."
A policia estava ainda mais
perplexa. Não bastava o Vampiro está a solta e um inocente preso em seu lugar,
agora eles tinham que cuidar de um estrangulador. O que eles não sabiam é que o
vampiro e o estrangulador eram a mesma pessoa. Os policiais decidiram verificar
nos registros policias criminosos que haviam cumprido pena após estrangular
alguém. Ao buscarem pelos registros criminais, os policiais esbarraram na ficha
de Peter Kürten, que recentemente havia sido acusado de estrangular duas
mulheres, além de portar documentos falsos. Entretanto, ninguém acreditou que
ele poderia ser o estrangulador e Peter foi descartado como suspeito.
Como já dito, não passou pela
cabeça de ninguém que os crimes foram praticados por um único sujeito, mas
acreditava-se que haviam dois maníacos agindo em Düsseldorf. Dois até o
momento, pois surgiria, na mente dos policias, um terceiro: O "Maníaco do
martelo".
Na noite de 29 de setembro,
segunda-feira, um grupo de trabalhadores cortava caminho por um pequeno atalho,
que se ramificava à Barragem do Rio Reno,quando encontraram uma trilha de
vários metros, encharcada de sangue, diversas vezes interrompido por uma poça
de sangue. A grama estava demasiadamente pisoteada e mais à frente,um cadáver
feminino foi encontrado. O cadáver demonstrava sinais de ataque brutal e
selvagem, o crânio estava esmagado, com pelo menos 13 golpes provocados com um
martelo. Haviam também ferimentos no pescoço e a vítima teve seu abdome aberto.
A policia deteu um homem sem-teto como suspeito,que,se soube através de
testemunhas, foi visto às margens do Reno no dia anterior. Mas fora isso, não
havia nada que o ligasse ao crime. A policia, já sem esperanças de elucidar os
crimes, decidiu chamar o superintendente de Berlim, Ernst Gennat. Gennat
aceitou o apelo.
No primeiro dia do ano de 1880, nasceu em Berlim, Alemanha, Ernst August Ferdinand Gennat, que se tornaria um dos mais influentes e bem sucedidos criminalistas da Alemanha. Ele se formou no colégio em 1898 e cursou a faculdade Humboldt-Universität zu Berlin. Durante esse tempo, ele também servil ao exército. Gennet entrou para a polícia antes de terminar seus estudos, o que o fez largar a faculdade em 12 de julho de 1905, alguns meses antes de sua graduação. Apesar dessa decisão parecer um erro, Ernst estava no caminho certo.
Ernst Gennat foi responsável pela grande reorganização no sistema de investigação criminal e desenvolveu estudo que serviriam de base para o que conhecemos como criação de perfis criminais. Seus estudos foram publicado em formato de livro, em 1930. Die Düsseldorfer Sexualverbrechen, trata do caso que Ernst enfrentaria em Düsseldorf... O caso de Peter Kürten. Nesse livro aparece a expressão Serienmörder, similar ao termo serial killer que temos hoje (O termo serial killer foi cunhado por Robert Ressler, na década de 70).
Ernst já havia trabalhado em outro importante caso de assassino serial: O caso de Fritz Haarmann, o “Açougueiro de Hanover” (do qual falarei brevemente, mais a frente). Durante a ascensão do terceiro Reich, Gannet continuou seu trabalho mantendo distância do partido Nacional Socialista, com o qual não concordava. Com base em seu sucesso, Gennat foi promovido à diretor do de policia em 1934 e vice diretor da policia de Berlim em 1935. Ele se casou com Elfriede Dinger, inspetora de policia, mas não viveria muito para aproveitar o casamento, vindo a falecer em 20 de agosto de 1939, após lutar contra o câncer.
Ernst Gennat.
No primeiro dia do ano de 1880, nasceu em Berlim, Alemanha, Ernst August Ferdinand Gennat, que se tornaria um dos mais influentes e bem sucedidos criminalistas da Alemanha. Ele se formou no colégio em 1898 e cursou a faculdade Humboldt-Universität zu Berlin. Durante esse tempo, ele também servil ao exército. Gennet entrou para a polícia antes de terminar seus estudos, o que o fez largar a faculdade em 12 de julho de 1905, alguns meses antes de sua graduação. Apesar dessa decisão parecer um erro, Ernst estava no caminho certo.
Ernst Gennat |
Quando Gennat entrou na policia, não havia uma divisão de investigação de homicídios separada. Em 25 de agosto de 1902, um serviço de atendimento, uma espécie de disque denuncia, foi criado. Mas somente em 01 de janeiro de 1925, com os esforços de Ernst Gennat em reorganizar a policia de Berlim um esquadrão de homicídios foi criado. Esse evento, fez com que ele fosse promovido à inspetor. Ele tinha 45 anos na ocasião. É bem provável que sua promoção tenha sido retardada pelas duras críticas de Gennat apresentava sobre as condições do departamento criminal.
Após a criação do Zentrale Mordinspektion, central responsável pela investigação de homicídios, ela obteve um enorme sucesso sob a liderança de seu criador, Gennat. Só em 1931, a Zentrale Mordinspektion resolveu 108 crimes dos 114 que investigou. Gennat obteve sucesso em 298 casos de homicídios. Seu departamento era organizado com uma equipe de investigação e duas equipes. As equipes de investigação eram formadas por um inspetor de homicídios sênior e um Junior e acompanhada por 4 a 10 oficiais de policia, um datilógrafo e um adestrador de cães. As equipes bases tinham um inspetor de homicídio sênior e um Junior, mais dois ou três policiais e um datilografo. As equipes eram trocadas a cada semana, fazendo, assim, com que membro ganhasse experiência. Ernst Gennat e sua equipe elucidando um caso de homicídio em Berlim. Gennat foi um dos responsáveis pela prisão do assassino Fritz Haarmann, o Açougueiro de Hanover. |
Ernst Gennat foi responsável pela grande reorganização no sistema de investigação criminal e desenvolveu estudo que serviriam de base para o que conhecemos como criação de perfis criminais. Seus estudos foram publicado em formato de livro, em 1930. Die Düsseldorfer Sexualverbrechen, trata do caso que Ernst enfrentaria em Düsseldorf... O caso de Peter Kürten. Nesse livro aparece a expressão Serienmörder, similar ao termo serial killer que temos hoje (O termo serial killer foi cunhado por Robert Ressler, na década de 70).
Ernst já havia trabalhado em outro importante caso de assassino serial: O caso de Fritz Haarmann, o “Açougueiro de Hanover” (do qual falarei brevemente, mais a frente). Durante a ascensão do terceiro Reich, Gannet continuou seu trabalho mantendo distância do partido Nacional Socialista, com o qual não concordava. Com base em seu sucesso, Gennat foi promovido à diretor do de policia em 1934 e vice diretor da policia de Berlim em 1935. Ele se casou com Elfriede Dinger, inspetora de policia, mas não viveria muito para aproveitar o casamento, vindo a falecer em 20 de agosto de 1939, após lutar contra o câncer.
Ida Reuter.
DE QUEM É ESSE CORPO?
Mulher com cerca de 40 anos, um metro e 55 de altura, cabelos
castanhos escuros, olhos castanhos e dentes muito careados.
Vestia uma casaco azul marinho, saia plissada azul, blusa de seda
de cor azul. Sutiã e cinta de cor branca, camisa bordada de forma caprichosa,
anágua lilás. Meias cinzas, sapatos de camurça marrons com o logotipo Shirsch
Barmen, numerado “3615”. Um chapéu de palha amarela com uma faixa azul,
luvas de camurça falsa amarelas.
Esse foi o clamor
público feito pela policia que trazia a descrição de uma vítima de homicídio,
encontrada no atalho,pelos trabalhadores. A primeira resposta veio de um
sapateiro que, recentemente, havia consertado as solas dos sapatos de camurça
encontrados no corpo. Ele sabia que a mulher era a empregada Ida Reuter, 31
anos de idade. Ida trabalhou 14 meses para a família Barmen.
O relatos dizem que Ida
era uma mulher trabalhadora e sempre muito atarefada. No entanto, mesmo na
posição em que ocupava na sociedade, ele era bem vaidosa (para adquirir a blusa
de seda azul e sua saia lilás, ela havia gastado uma boa grana).
Algo na cena do crime
chamou a atenção: A calcinha de Ida havia sido levada pelo assassino. Peter
levou a calcinha de Ida, mas não como um troféu. Antes de ir para casa, Peter
lavou as mãos no rio Reno e usou a calcinha de ida para secá-las. Depois a
atirou no rio. Os policiais descobriram várias cartas que Ida havia escrito ao
namorado, funcionário de uma ferrovia. Eles levaram o homem para depor, mas seu
álibi se demonstrou sólido e ele foi liberado.
O Superintendente
Ernst Gennat, famoso delegado e criminalista, levantou mais informações
sobre a vida de Ida Reuter. Ela levava uma vida dupla, trabalhando para a
família Barmen durante a semana, indo aos domingos para os bares de Düsseldorf,
onde bebia em bares baratos, na companhia de vários homens diferentes. Ele já
era conhecida nesses lugares. Os investigadores descobriram os nomes de três
homens – entre outros, com os quais, Ida tinha mais contato. Um deles se chamava
Rudy, de 32 anos de idade; Outro era Paul, com cerca de 30 anos de idade, tinha como
traços marcantes, a testa proeminente e vários dentes de ouro; e o terceiro era
Willy, louro, alto e com mãos marcadas. Os policiais também suspeitaram
de um holandês, que foi visto em Düsseldorf e também foi posto na lista de
suspeitos. Muitas perguntas foram feitas: Ida teria sido vítima de crime
passional, sendo assassinada em meio a uma crise de ciúmes, ou foi morta por
acaso, por alguém que acabou de conhecer? Foi vítima de crime sexual,
latrocínio ou de simples assassinato? Haviam muitas perguntas e nenhuma resposta.
Peter mais uma vez tinha obtido sucesso e nem passava pela cabeça dos policiais
que o assassino seria ele.
Elizabeth Dorrier.
Elizabeth Dorrier estava
sem teto e não tinha um centavo no bolso na ocasião em que foi morta. Ela já
havia passado por empregos melhores, mas a situação estava difícil demais. Em
algumas ocasiões, ela se juntava a caravanas, mas nunca era bem vinda. No
verão, Elizabeth e alguns amigos dormiram às margens do Rio Reno, entretanto, o
tempo frio os espantou de lá. Elizabeth frequentava pequenos bares, procurando
por clientes. Ela cobrava barato, e esperava conseguir algum para pagar um
quarto para dormir, mas Peter Kürten cruzou seu caminho.
Naquela noite, 11 de
outubro, sexta-feira, Peter estava procurando uma vítimas, mas não estava
obtendo sucesso. Ele se dirigiu à Graf-Adolf-Str, em Flingern. Poderia, pensou
ele, encontrar uma vítima nessa rua, pois ali havia um cinematografo. Eram 9
horas da noite quando Kürten avistou uma mulher, vestida com um surrado casaco
de inverno verde, uma capa e sapatos mal envernizados, embora já fosse outubro,
a menina ainda usava chapéu de palha. Ela parecia esperar alguém que sairia de
dentro do cinema, pensou Kürten. Na maioria das vezes ele julgava certo, mas
dessa vez ele estava errado. Peter não sabia que Elizabeth Dorrier era
prostituta, mas se soubesse, provavelmente nada mudaria em seu desejo. Sua
compulsão por violência era, com certeza, superior à aversão pelas prostitutas.
Elizabeth Dorrier. Sua situação era lastimável na época em que foi encontrada pelo Vampiro de Düsseldorf. |
Dorrier se comportou bem
e se mostrou muito inteligente, hesitando à seguir Kürten quando ele a convidou
apara tomar uma cerveja. Entretanto, ela acabou confidenciando-lhe sua triste
situação: Estava sem nenhum dinheiro e sem local para dormir. Ela precisava de
um abrigo para passar a noite.
Peter Kürten sugeriu que
ela o acompanhasse até o quarto que ele havia alugado. Eles percorreram um
longo trajeto de bonde para uma periferia. Um local pobre, com casas pequenas,
ruas escuras e fábricas, muitas fábricas. Mesmo em tal ambiente, Elizabeth
pareceu não demonstrar nenhuma preocupação, pois finalmente ela tinha
conseguido um local para dormir ou pelo menos algum dinheiro e não passaria a
noite ao relento.
Kürten conduziu Dorrier
ao longo do parque Strasse Sulzbacher, uma região arborizada e deserta. Ele
retirou o martelo que trazia no bolso, aproximou-se da menina e, sem que ela
percebesse, desferiu-lhe um golpe violento em sua têmpora direita. A menina
entrou em um colapso e caiu sem soltar nenhum som. Peter a pegou pelos pulsos e
arrastou-a até o mato. Ela ainda respirava e gemia baixo. Ele se jogou sobre
ela e deu-lhe mais golpes de martelo na cabeça. Elizabeth Dorrier não se mexia,
apenas gemia muito baixo. Finalmente ela calou a boca. Peter levantou-se,
apanhou o casaco verde, a bolsa e o chapéu da moça, para poder descartá-los no
caminho de sua casa e fugiu.
Elizabeth Dorrier estava
caída, sem consciência, na grama. O chão estava ficado encharcado com seu
sangue e o que temia aconteceu: ela passaria a noite ao relento, e o pior, com
graves ferimentos, deferidos por um desconhecido que aparentemente queria
ajudá-la. Na manhã seguinte, ela foi encontrada por algumas pessoas que
passavam por ali. Levada para o hospital em coma profundo, ela nunca recobraria
a consciência, vindo a falecer no hospital, 36 horas depois do ataque.
Tal como no caso de Ida,
os policiais acabaram descobrindo a identidade da vítima pelos sapatos. Dorrier
havia os comprado há três semanas de uma cigana. A policia levantou informações
sobre o passado da vítima, mas, como no caso anterior, das muitas informações
colhidas, poucas foram satisfatórias para elucidar o crime.
O caso foi registrado.
Os jornais não deram muita atenção ao fato. Dois dias depois do homicídio, a
delegacia de policia de Düsseldorf recebeu uma carta, escrita de forma grotesca
a lápis. Havia um desenho e letras maiúsculas:
ASSASSINATO
EM UM PONTO DA RICHTUNG PAPPENDELLE, DERMACADO POR UMA PEDRA, HÁ
UM CADÁVER ENTERRADO NA PROFUNDIDADE DE APROXIMADAMENTE 1,5 METRO.
Devido aos crimes
ocorridos, os policias destinaram devida atenção à carta. No entanto, ao
chegarem ao local descrito no recado, nada foi encontrado. Nenhum corpo, nenhum
pedaço ou peça de roupa... Nem mesmo a tal pedra foi encontrada. O caso da
carta foi encerrado como uma brincadeira.
Depois do episódio,
alguns ex-colegas de cela de Peter alegaram que ele poderia ser o assassino,
uma vez que ele era visto, muitas vezes, pregando a violência contra as
mulheres, como forma de obter prazer.
A policia foi até o
atual endereço de Kürten: R. Mettmanner, 71 e foi recebida pelos moradores do
local. Uma tal Senhora Wimmer deu muitas informações para a policia sobre
Kürten, entretanto, tais informações era boas. Kürten era um homem educado e
muito carinhoso. Uma vez, quando sua mulher precisou sair durante a noite, ele
a acompanhou, para que ela não fosse vítima do “Vampiro de Düsseldorf”.
A policia também foi até
o hospital, onde Gertrud Schulte estava internada. Eles mostraram fotografias
de Peter para Gertrud, entretanto, a fotografia era antiga: Peter usava bigode
e chapéu, além de ter corte de cabelo diferente. Gertrud, ainda se recuperando
do ataque, olhou as fotografias e afirmou não ser Peter.
Auguste Kürten não era a
única mulher a ter medo do Vampiro. Toda a cidade estava em pânico. As mulheres
estavam histéricas. Todos evitavam sair de suas casas, não somente durante a
noite, mas também de dia. Era exatamente isso que Kürten queria: Ser
importante, mesmo sendo no anonimato e por motivos ruins. Peter era
megalomaníaco e ter toda uma cidade com medo dele o deu ainda mais prazer. A
recompensa pela captura ou qualquer informação que levasse a captura do Vampiro
só estava aumentando, alcançando a marca de 7000 marcos.
Peter era egoísta e
narcisista. Ele fantasiava o dia em que a policia finalmente acertasse na mão,
o capturado. Peter imaginou o ódio que a população sentiria por si. Imaginou
várias pessoas que, em procissão, com velas nas mãos, se reuniriam em frente a
casa na estrada Mettmanner, número 71 (onde escondido por entre as vigas,
jaziam as jóias de algumas vítimas). Como o prefeito de Düsseldorf faria um
discurso emocionado, agradecendo aos policias pela captura do vampiro e
lamentando a morte de tanta gente. Aquela imagem pareceu deliciosa para Peter,
que decidiu matar ainda mais.
Caçar e capturar a uma
vítima não era tarefa fácil... Peter trabalhava o dia todo, ansioso pela
chegada da noite, quando poderia sair para suas caçadas. Ele andava longas
distâncias, sempre a procura de alguém vulnerável. Às vezes suas buscas eram
infrutíferas e ele voltava pra casa frustrado. Mesmo após o duro expediente na
fábrica de sapatos ele parecia não apresentar sinais de cansaço. Na verdade,
Peter nunca se entregava para a fadiga. Sua sede por sangue era maior, maior
que tudo. Quanto mais ele matava, mais precisava matar.
Hubertine Meurer e Clara Wanders.
Noite de 25 de outubro.
"O Maníaco do Martelo" saiu para sua caça. Hubertine Meurer, 34 anos
foi a primeira vítima. Ela foi abordada em um jardim, por um homem que a
perguntou se ela "não estava com medo por está ali devido aos últimos
acontecimentos". Clara Wanders, uma prostituta estava próximo ao local
onde Hubertine foi atacada. As duas mulheres foram atacadas a marteladas,
entretanto, apesar da gravidade dos ferimentos, sobreviveram. O martelo que
Peter usava se quebrou e a cabeça voou para o meio dos arbustos. Peter desistiu
de tentar consertá-lo,afinal de contas,ainda tinha sua tesoura imperador, da
qual ele já havia feito uso.
Gertrud Albermann.
No dia 7 de novembro, a
pequena Gertrud Albermann, cinco anos de idade seguiu seu caminho para a morte.
Ela foi vista pela ultima vez por três pessoas. Estava sorrindo e acenando,
parecia feliz. De repente, desapareceu. Ela foi vista por conhecidos e
desconhecidos, que só depois perceberam algo errado.
Uma das pessoas que
avistaram Gertrud pela última vez foi a Sra. Gerike. A menina estava
acompanhada de um estranho. Parecia acanhada demais. Gericke ficou desconfiada
no momento e acenou para Gertruds, que lhe devolveu o aceno. Depois de um
tempo, ela se acalmou, pois a menina estava a poucos passos de distância de sua
casa... O que de ruim poderia acontecer?
De seu apartamento, na
estrada Fazenda, número 200, a sra. Stürznickel avistou a menina acompanhada
por um estranho. Gertrud acenou para a janela, a Sra. Stürznickel acenou de
volta. Apesar da situação fora do comum, nada parecia suspeito.
As últimas pessoas que
viram Gertrud viva foram o Sr. Seelhorst e seu amigo Sr. Vossen, que se reuniam
na Hans-Sachs. A situação chamou a atenção de Seelhorst, que perguntou ao
amigo: "Olha lá! aquele homem lá com a menina, não poderia ser o assassino
de Düsseldorf?" Nesse momento, Gertrud olhou para o homem que a
acompanhava e sorriu. O homem devolveu o sorriso e eles continuaram a andar.
Vossen disse ao amigo: "Você está louco? aquele é o pai dela". A
criança e o sujeito seguiram adiante. Seelhorst tentou avistar os dois
novamente, mas já não era possivel. Densas nuvens pretas se acumulavam no céu.
Inevitavelmente, começou a chover.
Havia alí perto o prédio
da fábrica Haniel e Lueg, que havia sido desativada há tempos. Tudo estava
escuro, abandonado. No terreno, cresciam urtigas. Gertrud e seu
"companheiro" de caminhada decidiram entrar alí para fugirem da
chuva. Entretanto, o homem tinha outras intenções para com a menina. Este homem,
na verdade, era Kürten.
Lá, durante a chuva,
Peter matou Gertrud.
Depois ele levou o
cadáver da pequena até o lado de fora, onde colocou ao lado de um muro. No dia
seguinte, ainda dominado pela fantasia do homicídio, Peter decidiu criar um
esboço para que a policia localizasse o cadáver,assim como ele fez depois de
assassinar Maria Hahn. Desta vez, ele caprichou um pouco mais na descrição,
fazendo até mesmo uma ilustração, uma espécie de mapa com rotas e pontos de
referencia. O bilhete estava todo em letras maiúsculas.
ASSASSINATO
ENVIO ESSE CARTÃO PARA INDICARO PONTO CERTO ONDE SE ENCONTRA UM
CADÁVER
O CADÁVER É DE GERTRUDE ALBERMANN. MOSTRO A LOCALIZAÇÃO DO CORPO
PARA AJUDAR NO VELÓRIO.
A policia analisou a
carta e a considerou genuína. O jornal "Liberdade" a publicou.
Entretanto, o bilhete de
Kürten foi desnecessário, pois antes mesmo dele enviá-la,o cadáver de Gertrud
foi encontrado, na manhã do dia seguinte ao assassinato. A garota havia sido
estrangulada até morte. sua têmpora esquerda apresentava duas perfurações
profundas, haviam também perfurações no peito e no abdômen. No total, haviam 34
perfurações no corpo da garota. Nove golpes atingiram o coração da menina, dois
romperam a aorta,cinco atingiram o fígado, quatro atingiram o estomago, três
atingiram o baço, três atingiram o rim esquerdo e um atingiu o rim direito. O
restante das perfurações atingiu os pulmões.
Policiais procuram por possíveis vítimas. A pressa em por as mãos no assassino de Düsseldorf pôde ter atrapalhado as investigação. |
A vagina da garota havia
sido rasgada e estava encharcada de sangue. Havia algum sinal de esperma. O
anus da garota indicava que houve tentativa de sodomia, mas nenhum sinal de
esperma foi encontrado no reto de Gertrud. Além das perfurações aleatórias que
haviam penetrado todo o corpo.
A autópsia foi realizada
no instituto patológico do professor Karl Berg. O mesmo que, tempos depois,
estaria frente a frente com o assassino.
No dia anterior, houve o
concurso de St. Martin, que colocou os habitantes de Düsseldorf na rua, com
lanternas na mão, cantando pela cidade, "Nós vamos ser felizes, e felizes.
O bilhete escrito pelo
assassino foi submetido à testes com vapores de iodo, para a identificação de
impressões digitais, mas os exames no papel não deram resultados
satisfatórios,uma vez que a carta já havia passado pelas mãos de vários
policiais e jornalistas. A policia designou seis homens para realizarem
escavações em Richtung Pappendelle, na tentativa de localizar o cadáver que o
assassino afirmou ter enterrado lá, entretanto, as buscas parecerem em vão. Uma
mulher que morava próximo ao local entregou aos policiais um chapéu de palha e
uma bolsa, que ela havia encontrado em um campo de aveia ali perto.
Maria Hahn, empregada domestica desaparecida. Por um momento, acreditou-se que ela não havia virado vítima do Vampiro. |
A policia já havia
realizado buscas infrutíferas em Richtung Pappendelle, logo após receberem
o primeiro recado do assassino. Agora, as buscas pareciam estar dando
resultados satisfatórios. Lembrando das indicações do assassino: "O
cadáver está sob uma grande pedra", os policiais buscaram pela tal pedra,
dessa vez com mais cautela. A grande pedra acabou sendo encontrada. Ela foi
removida e todo o local em torno foi escavado.
As escavações começaram
ao meio-dia. O dia estava quente e o sol era forte. Após algumas horas de
escavações, quando os policias já haviam cavado metros de profundidade, o
policial Hermann Reske sentiu subir um cheiro desagradável da terra. Cheiro de
putrefação. Depois de cavar um pouco mais ele atingiu com a pá algo macio. Eram
quatro e meia da tarde, quando o cadáver de Maria Hahn foi descoberto.
O corpo estava deitado,
com as pernas juntas. A terra sobre a cabeça estava suja de sangue seco. A
pesar do tempo, o corpo estava bem conservado, embora o rosto estivesse
completamente desfigurado e o vestido de cor vermelho-morango estivesse podre.
A morta usava um sutiã de renda. Os sapatos estavam cuidadosamente alinhados,
além de seus pés, porém uma de suas meias havia sumido. Maria Hahn estava
desaparecida desde agosto, mas não havia passado pela cabeça de ninguém o seu
terrível destino. Agora, em 15 de novembro, seu cadáver foi encontrado e ela
finalmente foi declarada morta. Vítima de assassinato.
A policia de Düsseldorf,
mais uma vez, se viu de frente a algo terrível: A onda de crimes não
solucionados, que cada vez ia crescendo mais e mais. O assassino da jovem
Maria Hahn foi o mesmo que matou Gertrud Albermann. Era quase certo que
ele também foi o mesmo que atacou Elizabeth Dorrier, Ida Reuter, Louise Lenzen,
Gertrud Hamacher, Rudolf Scheer e Rose Ohlinger.
Auguste Kürten, esposa
do "Vampiro de Düsseldorf", Peter Kürten, lia tudo atônita e cheia de
horror. Ela estava cheia de medo de se tornar a próxima vítima do assassino. Os
jornais traziam chamadas alarmistas para o público:
"Preste atenção à
sua volta! O assassino vive entre nós! Se souber de algo, leve sua informação
até a policia!"
Mas Auguste não podia
perder tempo com seu medo. Ela não sabia de nada, nem desconfiava de seu
marido. Como uma boa esposa, ela cuidava do lar. Limpava a casa e preparava as
refeições. seu marido colocava comida na mesa. Auguste estava preocupada com
Peter Kürten, que era chamado várias vezes para cobrir o turno de colegas no
trabalho, entretanto, ele nunca mostrava o dinheiro que recebia nessas horas
extras.
Em dezembro, Auguste
encontrou um cisne morto no pátio só número 71. A cabeça do bicho havia sido
arrancada e o ferimento parecia ter sido lavado - havia pouco sangue. Não
passou pela cabeça de Auguste que o sangue do animal havia sido ingerido, muito
menos ela pensou que seu marido era autor de tal barbárie. O ano de 1929
chegava ao fim. Peter Kürten ainda teria cinco meses para realizar seu frenesi
assassino.
Hildegard Eid.
Kürten conheceu
Hildegard e convenceu a jovem empregada a acompanhá-lo ate a floresta de
Grafenberg. lá, seu comportamento cordial foi substituído por uma fúria e Peter
começou a dominar e sufocar Hildegard. Quando seu desejo foi satisfeito, ele
voltou a tratá-la bem e até marcou um novo encontro com ela.
No dia marcado, segundo
domingo do mês de março, Peter bateu na porta de Hildegard, que se recusou a
atender, mas após olhar pela janela, ela viu que era Kürten e aceitou
acompanhá-lo. Eles foram a vários bares até que Peter a levou para sua casa, o
apartamento que dividia com a esposa, Rua Mettmanner, número 71.
É quase certo que a
ousadia do criminoso pode representar sua ruína e, inconscientemente, o
assassino pode facilitar sua captura. Para Peter, o anonimato era necessário,
mas sua inteligência brilhante pareceu falhar e ele pareceu não se importar com
a exposição.
No apartamento de
Kürten, os dois se despiram e foram pra cama, mas aconteceu algo pelo qual
Peter não esperava:
Enquanto fazia sexo
forçado com Hildegard, Peter percebeu que porta se abrindo... Era sua esposa,
Auguste, que saiu mais cedo do trabalho sem nenhum aviso. Auguste era ciumenta,
apesar de relutar em abandonar Kürten (já foi dito aqui o motivo). As
infidelidades de Kürten motivaram discussões violentas entre o casal, onde
Auguste sempre terminava chorando. Dessa vez, Peter estava traindo Auguste na
sua própria cama, e não em uma praça, entretanto, por incrível que pareça, não
houve discussão nenhuma.
No tribunal, tanto Peter
quanto Hildegard declararam que Auguste permaneceu completamente tranquila. Sem
levantar a voz ela pediu para que a menina levantasse e se vestisse. Ela esperou
em silencio, até que moça terminou de se vestir. "Onde você mora? Vou te
levar pra casa!" - Disse Auguste. ao retornar ao apartamento, ela nada
disse a Kürten,ficou em silêncio, se pondo em meditação. Peter pediu para ter
relação com Auguste, apesar da vergonha, ela cedeu.
Marianne Del Santo.
A partir desse ponto, o
comportamento de Auguste não foi um mistério, mas foi completamente normal e
aceitável, ao passo que Kürten continuava suas investidas contra as moças de
Düsseldorf. Após o caso de Hildegard, Kürten encontrou uma moça na estação de
Düsseldorf, Marianne Del Santo, e a convidou para ir para casa, a moça aceitou.
Enquanto caminhavam por
uma estrada, próxima à floresta de Grafenberg, Kürten se lançou contra a
menina, agarrou seu pescoço e a sufocou. Del Santo resistiu, mas não tinha
forças pra lutar contra seu agressor.
"Ele era rápido
como um relâmpago, me empurrou no chão e sentou sobre mim. Eu forcei meu corpo
e consegui me livrar dele. Corri até ficar sem fôlego, aí me escondi no mato,
finalmente consegui me esconder. Eu estava tremendo de medo atrás dos arbustos.
fiquei lá pela noite toda. Quando amanheceu, eu me aventurei a sair.”
Irma Becker.
Irma Becker, 23 anos de
idade, conheceu Kürten na estação Central de Düsseldorf. Peter, que trazia sua
tesoura no bolso, convenceu a moça a acompanhá-lo até um bar, onde eles tomaram
um copo de cerveja. Depois ela a levou para a floresta de Grafenberg, onde os
dois se sentaram em um banco. Como um Blitzkrieg, o comportamento de Kürten
mudou: Ele se atirou contra Irma e começou a puxar a calcinha da garota. Irma
resistiu e lutou bravamente. Impossibilitada de gritar, ela desferiu golpes com
seu guarda chuva em Kürten. Esse clima violento era excitante para ele, que
atingiu o orgasmo e largou Irma, sem usar sua tesoura e sem recorrer ao
derramamento de sangue. Entretanto, a moça não estava satisfeita e continuou
agredindo Kürten, tal era sua indignação. Peter somente a pegou pelos pulsos e
a empurrou barranco abaixo. Agora sim a mulher não iria mais aborrecê-lo. Irma,
apesar da queda, saiu da briga com escoriações leves.
A próxima vítima foi
Gertrude Hau, que encontrou Peter na Av. Real. Eles marcaram um encontro para o
dia 13 de abril. Por uma conhecidencia macabra, o 13 de abril de 1930 caiu em uma
sexta-feira 13. Apesar do mau agouro, parecia decorrer tudo bem para os dois.
Mas um incidente mudou tudo, para azar de Hau. Ela declarou mais tarde:
"O homem se
apresentou para mim como Franz Becker e disse que era solteiro. Eu o achei
muito agradável. Ele me convidou para um café e depois nós fomos para o jardim.
eram entre 10 e 11 da noite, de qualquer forma, não haviam muitas pessoas ali.
Becker (Kürten)começou a agir de maneira desrespeitosa e colocou a mão por
debaixo do meu vestido. Eu reagi e o esbofeteei no rosto, mas ele me deu um
murro no rosto e ainda disse "É esse o agradecimento por eu ter te
convidado para um café?” O murro rompeu meu lábio, e comecei a sangrar pelo
nariz e pela boca. Nessa hora ele voltou a ser cordial e me deu dois xelins e
quinze pfennigs. Ele me abraçou e lambeu o sangue do meu rosto. ele estava
tentando me segurara, mas eu me soltei e fugi. Ele ainda gritou para mim:
"Você ainda tem sorte de não estarmos à sós no jardim!"
Charlotte Ulrich.
Era 01 de maio,
meia-noite, uma forte chuva caía. Charlotte Ulrich, uma ladra procurada pela
policia se dirigia a estação central de Düsseldorf, com a intenção de tomar o
ultimo trem para Duisburg. Kürten a encontrou e a convidou para tomar uma
cerveja. Apesar de já estar em cima da hora, Charlotte aceitou o convite e os
dois seguiram para um bar. Peter então perguntou se a moça não estaria
interessada em dormir em sua casa, apesar de Charlotte ter perdido seu trem,
ela rejeitou o convite. Peter então usou outra estratégia: Convidou-a para um
café, em um bar perto dali. Charlotte aceitou. Os dois caminharam na direção da
Floresta de Grafenberg. A estrada era escura e cercada por mato, totalmente
deserta. Charlotte teve medo. Peter, percebendo o receio de sua companheira,
perguntou ironicamente: "Você acha que eu sou o assassino de
Düsseldorf?"
Kürten convenceu
Charlotte a entrar na floresta de Grafenberg. Ele a empurrou em um banco.
enquanto Charlotte tentava impor resistência, ela percebeu que Peter
desabotoava o casaco e enfiava a mão no bolso. Ela então levou um violento
golpe na cabeça e percebeu o sangue escorrer pelo rosto. Ela tentou pressionar
a ferida com a mão, mas sentiu um segundo golpe atingir-lhe a têmpora direita e
desmaiou.
Quando voltou a si, ela
estava sozinha. Suas mãos estavam inchadas e sua cabeça coberta de sangue. Ela
rasgou um pedaço de sua saia e fez um curativo improvisado. ela então caminhou
,ainda bem desnorteada. Viu a frente um ponto em que o sol brilhava entre as
folhas das árvores - já era dia. Gertrude conseguiu, finalmente, Gertrude
chegou até a estação de bonde, onde encontrou alguém. O estranho a aconselhou a
ir até a policia, mas isso não era possível para uma foragida. Ela foi levada
para o hospital, onde foi medicada e teve os ferimentos tratados.
Os médicos constataram
que Charlotte recebeu duas marteladas na cabeça e sofreu de fraturas no crânio.
A policia acabou descobrindo o paradeiro de Charlotte e, após sua alta, ela foi
presa.
Em 14 de maio, no mesmo
dia em que Charlotte era levada para a prisão, uma moça de pele pálida e de
cabelos desgrenhados sorriu para um estranho, na Estação Central de Düsseldorf.
Maria Buttliez.
Os arredores da estação
principal de Düsseldorf eram usados como ponto de encontros e freqüentados por
todo tipo de pessoas, como gatunos, trabalhadores em empregos informais,
prostitutas e cafetões. Era na estação de Düsseldorf que desceu Maria Buttliez,
na manhã de 14 de maio. Ela procurava emprego como empregada doméstica e um
alojamento. Na estação, ela conheceu tal Sra. Brueckner, que lhe ofereceu
hospedagem por uma noite em sua casa. Maria Buttliez pegou o endereço da
senhora, mas enquanto pensava sobre se seria certo aceitar ou não o convite da
Sra. Brueckner, ela notou um homem que a observava. Ele sorriu e ela devolveu o
sorriso. O cavalheiro aproximou-se de Buttliez e logo puxou conversa: “Vou
levar você até a casa de minha irmã. Lá você poderá ficar o quanto quiser!”
Os dois caminharam
conversando, até que chegaram ao parque público. Ali Maria ficou com medo, pois
as ruas eram desertas. O sujeito a agarrou e tentou beijá-la, mas ela o
empurrou. Maria já tinha lido sobre o assassino de Düsseldorf e sentiu sua vida
por um fio. Nesse momento, entrou em cena um segundo cavalheiro. Bem vestido,
ele chegou aos dois e perguntou: “Algum problema? Sou funcionário da policia e
me parece que está tentando assediar essa mulher. O que quer fazer com essa
menina? Você pode se identificar?” O acompanhante de Buttliez resmungou que não
havia nada de errado e afastou-se com pressa. Maria respirou aliviada: ela
tinha certeza que havia escapado do Assassino de Düsseldorf. Agora ela estava
ao lado de seu salvador, cujo nome era Peter... Sim, Peter Kürten.
Peter era muito mais
agradável que o homem que havia acompanhado Maria com promessas de abrigo. Ele
dirigiu a palavra a ela: “Um aviso: não deixe que isso aconteça, tenha cuidado!
Você não sabe que na cidade de Düsseldorf age um assassino em massa à procura
de vítimas?” Sim, sim, Peter foi dissimulado ao ponto de alertar a mulher sobre
os crimes que ele mesmo cometia.
O alerta se transformou
em uma animada conversa. Buttliez agradeceu seu “salvador” diversas vezes. Ela
acreditava que estava na companhia certa. O cavalheiro ouviu com atenção sua
situação e automaticamente atendeu às preces de Maria. Ele concordou em levá-la
até sua casa, onde poderia ficar.
Peter e Buttliez
voltaram na direção da estação. De lá, seguiram por várias ruas, das quais
Maria evidentemente, não conhecia nenhuma. Pararam em alguns bares e em praças,
Peter precisava ganhar tempo. A última rua na qual eles viraram tinha uma placa
de identificação: era a Mettmanner. Nessa rua, em um apartamento do número 71,
vivia o “protetor” de Maria. Ela achou estranho um policial morar naquele
local, mas não hesitou em segui-lo.
Maria, de fato, estava
caindo na conversa de Peter, entretanto, ela não era a moça ignorante que
parecia. Durante um lanche de sanduíches de salsicha, oferecidos pelo seu
anfitrião, eles começaram a conversar. Foi nesse ponto que Maria percebeu que o
comportamento de Peter começava a mudar.
Antes mesmo de Maria
engolir a primeira mordida de sanduíche, Peter aproximou-se dela de forma
estranha. Ele começou a acariciá-la e tentou beijar sua boca, mas Maria
resistiu. Ela achou melhor procurara outro local para passar a noite. Por
incrível que pareça, Peter não pôs nenhuma objeção quanto a isso. Ele somente
indicou um local onde ela poderia passar a noite: O albergue Lar Betânia, na
floresta de Grafenberg.
Peter olhou para o
relógio, já eram quase onze da noite. Eles estavam em um bonde e Peter voltou a
agir como antes, conversando animadamente com Maria, porém a moça estava cheia
de sono e respondia tudo de forma automática. No meio do caminho, Peter
perguntou se Maria se lembrava onde ele morava. Dando pouca atenção ao assunto,
Maria disse que não. Um homem reconheceu Maria, mas não conhecia o homem que a
acompanhava. Buttliez não sabia, mas sua reposta automática, mais o fato de ter
sido vista por um reconhecido salvariam sua vida.
Ao descerem do bonde,
Peter e Maria se dirigiram para a floresta de Grafenberg. Inesperadamente
Kürten agarrou Maria Buttliez pelo pescoço e apertou com tanta força que a
menina quase perdeu a consciência. Peter a acordava, perguntava se ela aceitava
seu convite para o sexo e vendo a negativa da moça, voltava a estrangular:
“Finalmente eu a agarrei
pelo pescoço e apertei sua garganta com tanta força o quanto consegui. Eu a
beijei e a perguntei se ela estava disposta a aceitar meu convite, mas ela se
recusava. Forcei uma relação sexual de pé. A asfixia me animava muito. Depois
eu a levei para uma parada de elétrico e voltamos por um caminho diferente para
a cidade.”
Maria Buttliez foi
severamente agredida e estava um tanto confusa e perturbada. Peter a levou para
um abrigo, onde em 17 de maio ela decidiu escrever para a Sra. Brueckner,
descrevendo o drama pelo qual passou e quase custou sua vida. A carta foi
entregue para uma criança, que por sua vez a entregou para o carteiro. O
carteiro, por preguiça, não confirmou o endereço na carta, e acabou
entregando-a para uma Sra. Brüggemann, que morava no mesmo prédio, na Bilker
Allee. Mesmo vendo que a carta foi erroneamente entregue, a Sra. Brüggemann
decidiu abri-la. Foi a sorte de Maria Buttliez. A velha senhora tomou um susto
com o que leu e imediatamente procurou a policia. Maria Buttliez foi
identificada e convocada para depor. O cerco começava a se fechar em volta de
Kürten.
É certo que, por
vergonha, Maria Buttliez não desejava entregar a cartas às autoridades, mas a
atitude da Sra. Brüggemann foi importantíssima. O depoimento da empregada
doméstica seria indispensável, e representaria o inicio da caçada ao assassino
de Düsseldorf, que a muito tempo dava um olé na policia. O depoimento de Maria
Buttliez foi combinado com o de outras mulheres e muitas semelhanças foram
encontradas: Os locais dos ataques, o modo de aproximação do assassino e seu
Modus Operandi. Tudo apontava claramente para uma relação entre os crimes.
Agora, a autora da carta
poderia dar mais detalhes sobre a ação do assassino. Maria Buttliez declarou:
“Ele me levou para casa e me serviu sanduíche de salsicha, mas ele queria mesmo
me levar para a cama. Ele veio com uma mentira, tentando se mostrar um bom
homem me alertando sobre o assassino de Düsseldorf, após eu ter sida assediada
por outro homem. Ele quase me matou.”
“Ele forçou a senhorita
a manter relações sexuais com ele?”
"Não quero falar
sobre isso” disse Buttliez aos policiais. “Eu não me sinto a vontade para falar
sobre isso, mas realmente era essa a intenção dele”.
Maria Buttliez deu
inúmeras informações aos policiais, mas não se lembrava ao certo onde era a
casa de Kürten. Ela apenas recordou do ponto de partida: a Estação Central de
Düsseldorf. Escoltada por policiais, ela seguiu até lá e pouco a pouco foi lembrando
as ruas pelas quais passou. Com a lembrança vaga, Maria vagou por horas, mas a
pesquisa foi inútil.
Em 21 de maio, Maria
Buttliez finalmente recordou um detalhe importante: Ela havia lido a placa de
identificação da rua do agressor: Mettmanner. As buscas se direcionaram para
lá. Maria novamente estava confusa, mas tudo mudou quando ela olhou a janela da
sacada no número 71. Ela tinha certeza que o local era ali. Um policial ficou
do lado de fora, enquanto Maria entrava no prédio na companhia de dois
policiais, Mas Buttliez hesitou: “Acho que eu estou enganada”.
Os policiais entenderam
a situação de Buttliez e decidiram não pressionar. Enquanto refletia do lado de
fora, Maria pensou: “Talvez aquela fosse a casa certa, e aquele cara deveria
pagar pelo que fez”.
Buttliez e os policiais
subiram as escadas do pequeno apartamento. No hall, ele encontraram Kate
Wimmer, com quem se puseram a conversar, Buttliez reconheceu o local. Enquanto
conversavam, a maçaneta do apartamento de Kürten girou. O silêncio tomou conta
da sala. Peter Kürten saiu.
Ele estava sem casaco,
com um balde na mão e andava com a cabeça baixa. Ele foi até o lado de fora, na
torneira, para buscar água. Deixou o balde enchendo e voltou. A Sra. Wimmer
perguntou animada: “É esse homem que você procura?” Maria respondeu “Eu não
sei, não tenho idéia. Não, acho que não era ele.” Kate Wimmer anotou onome de
Peter Kürten em um papel e entregou aos policiais. Ela disse que ele era um
homem confiável. Maria Buttliez tinha certeza do local, mas não reconheceu
Kürten como sendo seu agressor.
Mas por que Maria estava
estranhando Kürten? Provavelmente por causa da maquiagem que Peter usava
durantes suas caçadas.
Kuerten disse em sua
confissão:
“Na quarta-feira, 21 de
maio, aconteceu de eu olhar pelo parapeito da janela, e ver a Srta. Buttliez
acompanhada por vários policias. Nunca passou pela minha cabeça que ela
realmente se lembrava do meu endereço. Buttliez é inconfundível, com seu corpo
magro e suas penas arqueadas. Eu a olhei e ela me olhou de volta. Tempo depois,
ela desapareceu, mas voltou logo depois. Eu sai para pegar água e vi Buttliez
no corredor, conversando com a Sra. Wimmer. Buttliez olhou para mim e eu tinha
certeza que ela me reconheceu. Eu sabia o que estava para vir.”
Eu não citei aqui, mas
nessa época, Kürten estava desempregado, cabendo à Auguste sustentar a casa.
Ele decidiu deixar o local, embolsando sua caderneta de poupança (a sua e de
sua mulher). Mais tarde, Peter foi encontrar Auguste na saída do trabalho. Não
havia outro caminho, Peter precisava confessar para Auguste, mas ele não contou
toda a verdade:
“Eu disse a minha esposa
que eu tive que sair de casa. Contei a ela a história de Buttliez, mas não toda
a história. Disse apenas que tive uma relação sexual com Buttliez e que ela
cismou em me denunciar por estupro. Ela conseguiria fazer isso, pois a policia
iria investigar meu passado e eu seria preso novamente, então eu disse
que precisava deixar o apartamento.”
Auguste voltou para casa
sozinha. Kürten passou a noite perambulando pela cidade, completamente sem
rumo. Ao amanhecer, ele decidiu voltar ao apartamento, onde arrumou suas roupas
e voltou para a rua. Ele pôde voltar para dormir durante a noite até o dia 21,
pois a policia ainda demoraria um tempo para investir contra ele e os dois
passaria por momentos de paz.
Peter confessa para a esposa.
Finalmente, na manhã do dia 23 de maio, dois detetives foram enviados para a Mettmanner, 71. Eles entraram no prédio e baterem na porta, mas ninguém respondeu. Os dois seguiram para um café próximo Dalí, onde encontraram August. Os três voltaram para o apartamento. No apartamento eles conversaram sobre o ataque contra Buttliez e vistoriaram o armário de ternos de Kürten, que estava vazio. Os investigadores quiseram saber detalhes da vida de Kürten. Eles souberam por Auguste, que Peter havia sacado o dinheiro de sua poupança e deixado a casa, Os detetives informaram Auguste que Peter era suspeito de ser o assassino de Düsseldorf e deixaram uma intimação por escrito. Peter estava na outra calçada da Mettmanner quando os dois investigadores desceram, passaram pelo portão e foram embora. Ele respirou aliviado, correu em direção a sua casa e subiu as escadas. Auguste o recebeu, mas mostrou receio de sua presença ali – ela tinha medo de que a policia o prendesse: “Eles irão voltar e eu não quero que você seja preso aqui em nossa casa!”. Peter leu a intimação e, por insistência de Auguste, deixou a casa. Mas antes os dois tiveram uma breve conversa:
"Os detetives dizem
que você atacou aquela garota."
Kürten ficou em
silêncio.
"Você é
culpado?", Insistiu Auguste.
Peter foi até a porta e
disse:
"Sim, sim, eu fiz
tudo o que eles disseram!"
Também ficou combinado,
entre os dois, um encontro no jardim do pátio, às 11:00 da noite daquele mesmo
dia. Às 11:30 da noite, Peter os dois se encontraram. Eles tiveram uma longa
conversa e caminharam pela cidade. Foram até a ponte sobre o Rio Reno e
continuaram a andar, milha após milha, até que o dia começou a raiar. Eles
voltaram, para a cidade, ainda iluminados pelas luzes das lamparinas. Peter
descreveu toda a ação contra Maria Buttliez, mas não demonstrou nenhum
arrependimento quanto a isso. Auguste não escutou nenhuma palavra de compaixão
dos lábios de Kürten. Quando o casal se aproximou da Mettmanner, em frente à
Igreja de São Vinzenze. Peter tinha ainda muito a dizer.
Até o momento, Auguste
só tinha conhecimento do ataque contra Maria Buttliez, entretanto, Peter iria
revelar um segredo ainda mais macabro. Auguste com certeza já havia lido sobre
o ataque contra Gertrud Schulte (que sobreviveu a 13 facadas), e Peter
confessou a autoria desse crime. Auguste sabia que isso adicionaria mais alguns
anos à pena de Kürten e ele ficaria preso por décadas. Essa noticia trouxe
desespero à August. Ela já tinha 50 anos e em breve não teria forças para
trabalhar. “E agora, o que será de mim?” se perguntava.
Auguste não conseguia se
acalmar. Só pensava na ruína que seria viver sem Kürten. Peter a acalmou e a
consolou. Eles foram até um bar, na Rua Duisburg. Auguste comeu um pouco e eles
voltaram a andar. Kürten demonstrava uma frieza, que na verdade ele não tinha
mais. Agora ele realmente estava preocupado com Auguste, além do sono acumulado
das últimas 48 horas. Seus olhos estavam envoltos em uma neblina e quase não
paravam abertos. Peter não amava Auguste, mas, como declarou mais tarde, tinha
afeto, respeito e admiração por ela.
"Você já encontrou
um lugar para ficar?" –
Perguntou Auguste.
“Consegui alugar um
quarto, porém com um nome falso” – respondeu Kürten. Auguste não pediu o endereço,
pois para ela isso colocaria Peter em um risco ainda maior. “Será tudo em vão.
Seria melhor você cometer suicídio e eu cometeria também. Não tenho mais nada
que esperar dessa vida.” Ao longo do percurso, através dos prados do Rio Reno,
Auguste novamente se pós a falar sobre o risco de Kürten corria: “Os detetives
irão voltar, irão encontrar qualquer motivo para lhe atirar na cadeia.” A
memória dos detetives batendo em sua porta assombrava Auguste.
Peter confessaria que
era o Vampiro de Düsseldorf, mas antes ele pediu que Auguste lhe prometesse não
traí-lo. Auguste prometeu levantando a mão. Peter disse:
“Se você quebrar sua
palavra, farei contigo o mesmo que fiz com as outras!”
“Com as outras?” – Perguntou Auguste.
“Sim, com as outras. Eu
sou o Vampiro de Düsseldorf” - Peter confessou tudo às margens do Reno. Próximo ao local
onde havia estrangulado a Srta. Schulte e assassinou Dorrier. Peter Kürten não
podia mais adiar sua confissão.
Auguste estava atônita.
Ela não podia acreditar no que escutava. Peter contou cada um dos seus feitos,
como utilizou o martelo, a tesoura e seu punhal. Auguste exclamou: “Isso não
pode ser verdade!”
Kürten narrou os
inúmeros eventos, começando pelo assassinato de Christine Klein. Incapaz de
manter segredo, ela acabou confessando a onda de crimes ocorrida em fevereiro e
a orgia assassina do último verão. Ohlinger, Scheer, Hahn, Lenzen, Hamacher,
Schulte, Reuter, Dorrier e Albermann tinha se tornado vítimas.
“Todo o que você diz é
realmente verdade?”
"Sim".
"Até as crianças
inocentes?"
"Sim".
"E por que você fez
isso?"
"Eu não sei", disse Kürten. "Algo age dentro de
mim.”
A confissão de Kürten
durou horas, o por do sol já se anunciava. Auguste quis ir pra casa, mas Peter
finalmente quis insistir:
“Fique, fique, ontem à
noite eu chorei pela primeira vez na minha vida. Não me abandone aqui sozinho,
escute-me!”
A narração macabra
continuou: incêndios, assaltos, ataques. Estrangulamentos e pancadas com
martelos. Mais recentemente, há duas semanas, ocorreu o ataque a marteladas
contra Charlotte Ulrich, que apesar da fatalidade do ataque sobreviveu. Peter
também relatou seu primeiro crime, aos 9 anos de idade, quando encontrou dois
amigos no Rio Reno e os afogou. Auguste Disse mais tarde: “Era como se
ele falasse, ele querendo ou não. Eu nuca o tinha visto assim. Era como se ele
estivesse louco.”
Após essa confissão,
Peter parecia ter tirado um peso tremendo das costas. A noite caiu e o casal se
despediu, seguindo caminhos diferentes. Kürten foi para seu quarto alugado. Nas
confissões feitas para Karl Berg, Peter Kürten disse:
"Desde que minha
esposa veio com a idéia de eu me matar, ela dizia que tudo ficaria tranquilo.
Ela estava em desespero, então, na minha mente, brotou uma ideia. Eu disse pra
ela, ' Eu poderia garantir seu futuro financeiro, basta só você ir até a
policia e denunciar-me,dizer o que você sabe sobre mim. eu acredito que eles
estejam pagando 15000 marcos de recompensa por quem levar qualquer informação
sobre o "Vampiro de Düsseldorf".
Auguste tinha violentamente
para trás em um protocolo mais tarde que reclamar - não, não era uma palavra
caiu sobre a recompensa! Pelo contrário, Kuerten teria arrancado de repente e
disse que iria fugir.
"Se você ficar de
boca fechada eles não irão acreditar em mim. Eu não vou ficar por muito tempo
em uma única cidade, em um único emprego, ninguém irá me encontrar, pelo menos
por alguns meses".
Talvez o plano de Kürten
desse certo. Kürten era um homem que inspirava confiança a todos. ele sabia que
a policia estava em seu calcanhar e era necessário agir rápido e ter cautela.
"Quando você vai
embora de Düsseldorf?"
"Talvez amanhã, o
mais tardar segunda-feira. Guste, me prometa que você ficará bem, que nenhum
mal acontecerá com você!"
O casal andou pela
cidade. Não passou pela cabeça de ninguém que aquele homem seria o assassino
que aterrorizava a cidade. Foi a primeira vez que Auguste sentiu orgulho em ser
vista ao lado do marido. Ele a acompanhou até as proximidades da Mettmanner. A
recompensa pela cabeça de Kürten, 15000 marcos, poderia ser paga a Maria
Buttliez, a mulher que ele havia levado para o lar do casal e tentado
violentar, esse era outro risco pelo qual Auguste podia esperar, além, é claro,
do ciúme, do horror e do impacto que a confissão de Peter havia causado nela.
Enfim, Auguste sabia que se Peter fugisse, ou se a policia o pegasse, ela
terminaria sozinha.
Ficou combinado: Auguste
entregaria Peter,assim ela poderia conseguir o dinheiro da recompensa e seu
futuro, pelo menos por um tempo,estaria garantido. Ficou marcado um encontro
entre os dois, na igraja de São Roque, com a qual Peter estava mais
familiarizado.
O cerco a Kürten.
Depois de 15 meses de
total fracasso, erros e omissões imperdoáveis por partes dos policiais, Peter
finalmente seria detido, ou melhor, iria se entregar. Uma rápida passada pelo
seu arquivo policial evidenciava a periculosidade de Kürten: Dos seus 47 anos
de vida, passara metade encarcerado. Oito acusação foram por crimes onde a
violência foi empregada.
Durante a tarde, os
detetives arrombaram o apartamento de Kürten, levando suas roupas para analises
laboratórios. Eles procuravam por vestígios de sangue. Augusta chegou do
trabalho às onze horas da noite e os policiais ainda estavam em sua casa. eles
a levaram para a sede de policia,para dar esclarecimentos. depois de depor,foi
mantida em "custódia protetora para testemunhas". Mas não havia nada
a temer, pois as declarações de Auguste faziam parte dos planos de Peter.
No dia seguinte, 24 de
maio de 1930, mais de 20 detetives e policiais à paisana se puserem em torno da
igreja Rochus, local combinado para o encontro entre Peter e Auguste. As ruas
estavam cheias de pessoas, pois era domingo e os policiais se esconderam atrás
de portas e janelas de casas vizinhas. Como Judas, ficou combinado um sinal que
demonstraria aos policiais quem era Peter: Auguste apertaria a mão de Kürten,
esse seria o código para agir.
Às três horas da tarde,
Peter Kürten apareceu. Auguste cortou a multidão, andando com calma. Peter
estava tranquilo, mesmo sabendo o que estava por vir. Quando Auguste apertou a
mão do amado,os policiais,rapidamente, se puseram na direção de Kürten. Um dos
espectadores disse:
"Eu vi os policiais
correndo de todos os lados e cercarem o casal que estava no pátio da Igreja
Roch. um detetive gritou animado, 'Pegamos o assassino de Düsseldorf', e se
formou um grande círculo de pessoas em volta do casal e dos
policiais".
Kürten estava cercado, o
detetive Fritz Reibel, um dos responsáveis pela captura tirou seu revolver do
coldre para se defender de uma possível reação do assassino. Peter disse
tranquilamente: "Eu não estou armado". Kürten não apresentou qualquer
resistência à prisão...
O julgamento do Vampiro de Düsseldorf, pode ser visto na terceira parte...
O julgamento do Vampiro de Düsseldorf, pode ser visto na terceira parte...
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